Justiça de São Paulo nega prisão preventiva de PM que matou estudante
Decisão da juíza gera polêmica e revolta.
Notícia publicada em 15/01/2025 12:33 - #sociedade_comportamento
A Justiça de São Paulo tomou uma decisão que gerou bastante repercussão ao negar o pedido de prisão preventiva do policial militar Guilherme Augusto Macedo. Ele é acusado de ter matado o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta em um incidente ocorrido no dia 20 de novembro, em um hotel localizado na Vila Mariana, na capital paulista.
A juíza Luciana Scorza foi a responsável pela decisão, que foi divulgada no final da tarde da última terça-feira, dia 14. Em sua análise, a juíza considerou que o soldado não apresenta periculosidade social e que ele é réu primário, ou seja, não possui antecedentes criminais. Além disso, Macedo tem residência fixa e não tentou interferir nas investigações do caso, o que, segundo a juíza, não justificaria a medida extrema de prisão preventiva neste momento.
O pedido de prisão preventiva foi feito pela Polícia Civil após a conclusão do inquérito sobre o caso. Guilherme Macedo também foi indiciado no Inquérito Policial Militar (IPM) por homicídio doloso, que é quando há intenção de matar. Ele está afastado de suas funções, assim como o outro policial que estava com ele na ocasião, Bruno Carvalho do Prado.
O incidente que resultou na morte do estudante começou quando Marco Aurélio, ao passar pela viatura da polícia, deu um tapa no retrovisor. Após essa ação, o estudante buscou abrigo em um hotel, mas acabou sendo abordado pelos policiais. Durante essa abordagem, Macedo disparou um tiro que atingiu Acosta, resultando em sua morte. O estudante estava desarmado no momento do incidente.
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, o policial militar assumiu o risco de causar a morte ao usar sua arma de fogo de forma ilegítima para repelir uma suposta ameaça. O caso foi registrado por câmeras de segurança do hotel, o que pode ajudar nas investigações e na análise do que realmente aconteceu durante a abordagem.
A decisão da juíza gerou reações diversas na sociedade. Muitas pessoas expressaram sua indignação nas redes sociais, questionando a decisão de não prender o policial, especialmente considerando a gravidade do ato cometido. A morte de Marco Aurélio Acosta, um jovem estudante com um futuro promissor, foi considerada por muitos como uma tragédia que poderia ter sido evitada.
Além disso, o ouvidor da polícia também se manifestou sobre o caso, afirmando que a morte do estudante é uma tragédia anunciada e que é necessário repensar as práticas policiais para evitar que situações como essa se repitam. A discussão sobre a atuação da polícia e o uso da força em abordagens tem sido um tema recorrente na sociedade brasileira, especialmente em um contexto onde a violência e a insegurança são preocupações constantes.
A situação ainda está em andamento, e o desdobramento do caso pode trazer novas informações e decisões. A sociedade aguarda ansiosamente por respostas e por justiça, enquanto o caso de Marco Aurélio Acosta se torna um símbolo das questões mais amplas que envolvem a segurança pública e a atuação das forças policiais no Brasil.