BNDES financia usina termelétrica a gás natural em Barcarena
Apoio financeiro do BNDES para usina em PA.
Notícia publicada em 15/01/2025 13:48 - #economia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou um apoio financeiro de R$ 3,8 bilhões para a construção da usina termelétrica UTE Portocem I, que será instalada em Barcarena, no estado do Pará. Este projeto faz parte do Novo PAC, um programa do governo que visa impulsionar o desenvolvimento de infraestrutura no Brasil. Além da usina, o projeto inclui a construção de uma linha de transmissão de 3,8 km, que será conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), garantindo que a energia gerada possa ser distribuída para outras regiões do país.
Os recursos do BNDES serão utilizados para diversas etapas da obra, incluindo obras civis, aquisição de máquinas, montagens, instalações e equipamentos. O investimento total do projeto é de R$ 5,4 bilhões e a usina terá uma capacidade de geração de 1.571,9 MW, utilizando quatro turbogeradores, cada um com capacidade de 392,97 MW. Essa usina será uma importante fonte de energia, especialmente em momentos de alta demanda, como durante a noite ou em dias quentes, quando o consumo de energia aumenta devido ao uso de ar-condicionado.
De acordo com o BNDES, as termelétricas a gás natural são essenciais para garantir a segurança do fornecimento de energia, especialmente em períodos de escassez hídrica, quando as hidrelétricas não conseguem operar em sua capacidade máxima. A UTE Portocem I atuará como um backup para o Sistema Interligado Nacional, fornecendo energia apenas quando necessário, o que ajuda a equilibrar a oferta e a demanda de eletricidade.
A principal fonte de energia da usina será o gás natural, que será fornecido pelo Terminal de Importação e Regaseificação de GNL, operado pela Centrais Elétricas Barcarena S.A. (CELBA I), uma empresa pertencente à New Fortes Energy. Este terminal já está em operação e tem uma capacidade de 15 milhões de m³ por dia, o que garante um fornecimento constante de gás para a usina.
O BNDES destaca que a localização da usina no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, traz diversas vantagens. A região possui um amplo acesso hidroviário pela Baía de Marajó, o que facilita a chegada de navios com gás natural. Além disso, a proximidade com a região metropolitana de Belém e a Alunorte, que é a maior refinaria de alumina do mundo fora da China, representa uma grande demanda por energia, o que torna o projeto ainda mais viável.
Outro ponto importante é que o gás natural é considerado um combustível menos poluente em comparação a outras fontes, como carvão ou óleo. Ele emite significativamente menos gases de efeito estufa, o que contribui para uma matriz energética mais limpa e sustentável. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância do gás natural na matriz elétrica brasileira, afirmando que sua utilização ajuda a reduzir a poluição e a manter a sustentabilidade dos projetos energéticos no país.
A diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, também comentou sobre o papel do gás natural como um combustível de transição. Ela explicou que, enquanto o Brasil avança na geração de energia a partir de fontes renováveis, o gás natural oferece segurança e estabilidade ao sistema elétrico. Isso é especialmente relevante em um cenário onde as fontes renováveis, como solar e eólica, podem ser intermitentes. O gás natural, portanto, permite que o país continue a expandir sua capacidade de geração de energia renovável, ao mesmo tempo em que garante um fornecimento confiável.
A Portocem Geração de Energia S.A. é a empresa responsável pela construção e operação da UTE Portocem I. Ela foi criada especificamente para este projeto e venceu o 1º Leilão de Reserva de Capacidade em 2021, que foi organizado pelo Ministério de Minas e Energia, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A previsão é que a usina comece a operar comercialmente em agosto de 2026, contribuindo assim para o fortalecimento da infraestrutura energética do Brasil e para a segurança do abastecimento de energia na região.