Menino de 4 anos é morto em confronto entre PMs e criminosos
Menino é atingido por disparo em confronto no morro.
Notícia publicada em 06/11/2024 16:50 - #sociedade_comportamento
Na noite de terça-feira, dia 5, um trágico incidente ocorreu no Morro do São Bento, em Santos, litoral de São Paulo, onde um menino de apenas 4 anos, chamado Ryan da Silva Andrade Santos, foi morto após ser atingido por um disparo na região do abdômen enquanto brincava. O menino foi rapidamente socorrido, mas infelizmente não resistiu aos ferimentos. Além dele, uma mulher de 24 anos também foi ferida, mas sua lesão foi apenas um tiro de raspão no braço, e ela recebeu atendimento médico e foi liberada.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) expressou seu profundo pesar pela morte da criança e informou que a polícia estava realizando um patrulhamento em uma área conhecida pelo tráfico de drogas quando foi atacada por um grupo de cerca de 10 criminosos. Em resposta a esse ataque, a Delegacia Seccional de Santos abriu um inquérito para investigar as circunstâncias do ocorrido e determinou que uma perícia fosse realizada nas armas apreendidas no local do confronto, com o objetivo de esclarecer a origem do disparo que atingiu o menino.
O Coronel Emerson Masseira, porta-voz da Polícia Militar, explicou que uma patrulha de motocicletas estava fazendo uma ronda na região quando dois homens em uma motocicleta tentaram entrar rapidamente em uma rua, onde se juntaram a um grupo de pessoas e começaram a disparar contra os policiais. Segundo ele, os criminosos perceberam que poderiam ser abordados e, em seguida, começaram a atirar. A situação rapidamente se intensificou, e uma equipe de força tática foi chamada para dar apoio, mas o grupo continuou a disparar.
Durante o confronto, os policiais revidaram os tiros para se defender e acabaram atingindo dois adolescentes. Um deles, de 17 anos, morreu no local, enquanto o outro, de 15 anos, foi socorrido e passou por cirurgia, mas não corre risco de vida.
O Coronel Masseira também mencionou que, de acordo com as informações preliminares, o tiro que matou a criança provavelmente partiu de uma arma da Polícia Militar. Uma perícia balística será realizada para confirmar a origem da bala que atingiu o menino. O porta-voz da PM lamentou profundamente o ocorrido e afirmou que, pela dinâmica do confronto, tudo indica que o disparo que atingiu Ryan foi acidental. Ele ressaltou que os policiais não devem ser considerados culpados, pois foram atacados e agiram em legítima defesa. "Os policiais são vítimas, eles foram atacados e efetuaram disparos para proteger a própria vida. Eles estão muito comovidos pelo resultado que não era nunca o desejado", afirmou Masseira.
Esse incidente levanta questões sérias sobre a segurança nas comunidades e a proteção das crianças em áreas de conflito. A morte de Ryan é um lembrete doloroso da violência que afeta muitas famílias em regiões onde o tráfico de drogas e a presença policial se entrelaçam de maneira trágica. A sociedade clama por soluções que garantam a segurança de todos, especialmente das crianças, que são as mais vulneráveis em situações de violência.
Além disso, a situação em São Paulo tem se tornado cada vez mais preocupante, com um aumento significativo nas mortes cometidas por policiais em serviço. Dados recentes indicam que essas mortes aumentaram em 78,5% no estado, o que gera um debate sobre a necessidade de reformas nas práticas policiais e na abordagem de segurança pública.
A morte de Ryan não é um caso isolado, mas parte de um padrão mais amplo de violência que afeta comunidades em todo o Brasil. As leis de proteção às crianças enfrentam desafios significativos em um contexto onde a cultura da violência ainda prevalece. É fundamental que as autoridades e a sociedade civil se unam para encontrar soluções que protejam as crianças e promovam a paz nas comunidades.