Rivaldo Barbosa se defende no STF sobre assassinato de Marielle Franco

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, prestou um depoimento virtual ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 24 de agosto. Ele é réu no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, que ocorreu em março de 2018. Atualmente, Rivaldo está preso no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Durante seu depoimento, Rivaldo Barbosa negou qualquer envolvimento no assassinato de Marielle. Ele fez uma declaração impactante: "Eu não mato nem uma formiga, vou matar uma pessoa?". Essa frase foi uma tentativa de enfatizar sua inocência e distanciar-se do crime que chocou o Brasil e o mundo.

Rivaldo também mencionou que conheceu Marielle através do ex-deputado estadual Marcelo Freixo, que foi seu colega na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ele explicou que Marielle, por sua atuação em defesa dos direitos humanos, era uma ponte entre ele e Freixo, facilitando o contato com pessoas que buscavam informações sobre investigações de assassinatos de seus parentes.

Em sua fala, Rivaldo expressou gratidão a Marielle, afirmando que ela contribuiu significativamente para a sociedade brasileira. Ele disse: "No que diz respeito a Rivaldo e Marielle Franco, uma palavra pode definir: gratidão. Sou muito grato a Marielle". Essa declaração foi uma tentativa de mostrar que sua relação com a vereadora era positiva e que ele não tinha motivos para querer prejudicá-la.

Além de Rivaldo Barbosa, outros réus estão envolvidos no caso, incluindo os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além do major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos eles são acusados de homicídio e organização criminosa e estão detidos por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso no STF.

As investigações da Polícia Federal indicam que o assassinato de Marielle Franco está ligado ao seu posicionamento contrário aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão. Esses irmãos têm conexões com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro. Os investigadores afirmam que Rivaldo Barbosa teria "planejado meticulosamente" o crime e também teria tentado obstruir a investigação inicial.

A audiência, que começou por volta das 13h45, deve continuar até o início da noite. O caso de Marielle Franco é um dos mais emblemáticos do Brasil, levantando questões sobre violência, direitos humanos e a luta contra a impunidade. O assassinato da vereadora, que era uma voz ativa na defesa dos direitos das minorias e na luta contra a violência policial, gerou uma onda de protestos e mobilizações em todo o país.

O depoimento de Rivaldo Barbosa é mais um capítulo na busca por justiça no caso de Marielle e Anderson. A sociedade brasileira aguarda ansiosamente por respostas e pela responsabilização dos envolvidos nesse crime brutal. O caso continua a ser um símbolo da luta por justiça e pela defesa dos direitos humanos no Brasil, e a expectativa é que o STF conduza o processo de forma justa e transparente, garantindo que todos os envolvidos sejam devidamente julgados.

A luta por justiça no caso de Marielle Franco é um reflexo das dificuldades enfrentadas por muitos que se opõem a estruturas de poder e corrupção no Brasil. O depoimento de Rivaldo Barbosa é apenas uma parte de um processo muito maior que envolve questões de política, segurança e direitos humanos no país.