Exposição no Planetário de Brasília Apresenta Nanossatélite AlfaCrux

A partir desta quinta-feira, 24 de agosto, o planetário Luiz Cruls, localizado em Brasília, recebe uma exposição especial dedicada ao AlfaCrux, o primeiro nanossatélite desenvolvido na capital federal. Este projeto inovador foi realizado por uma equipe de professores e alunos da Universidade de Brasília (UnB) e teve sua missão na órbita da Terra de abril de 2022 até abril de 2023.

O AlfaCrux foi projetado para coletar dados importantes sobre o desmatamento e as queimadas que ocorrem na Amazônia e no Cerrado, duas regiões que enfrentam sérios problemas ambientais. O professor Geovany Borges, que faz parte da equipe da UnB, destaca que o maior legado do projeto é o conhecimento adquirido durante o processo. Ele afirma: "A satisfação de qualquer projeto de pesquisa é você ver que a coisa está funcionando e está atendendo ao que a gente esperava. O mais importante do AlfaCrux é que foi uma qualificação da equipe, é aquela coisa do saber fazer que foi bastante desenvolvida. Nós temos infraestrutura que foi montada para dar continuação, que é o projeto voltado para o monitoramento ambiental".

Os dados coletados pelo AlfaCrux são considerados fundamentais para enfrentar os desafios ambientais que afetam não apenas o Distrito Federal, mas também outras partes do Brasil. Marco Antônio Costa Júnior, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, ressalta a importância dessas informações: "Esses dados estão sendo analisados para poder tirar conclusões para soluções viáveis para esses problemas que assolam o Distrito Federal, o Cerrado, enfim, este ano o Brasil inteiro".

Atualmente, o Brasil possui dez satélites em órbita, e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marcos Chamom, acredita que o AlfaCrux é um dos que apresenta os melhores resultados. Ele expressa a expectativa de que mais projetos semelhantes sejam desenvolvidos no futuro. "As universidades vão ser chamadas a fazer mais trabalhos desse tipo, tem algumas que já estão trabalhando. Nós temos sete cursos de graduação e pós-graduação aeroespaciais no Brasil, eu acho que todas essas universidades deveriam trabalhar com isso. Então, eu acho que isso tende a crescer muito no país", afirma Chamom.

A exposição no planetário de Brasília não é apenas uma oportunidade de conhecer o AlfaCrux, mas também uma experiência interativa. Os visitantes poderão explorar painéis informativos, assistir a um vídeo na cúpula 360 que retrata o lançamento do satélite e observar a réplica do equipamento, que tem o formato de um cubo com 10 cm de lado e pesa cerca de 1 kg. É importante ressaltar que o satélite original se desintegrou na atmosfera ao final de sua missão, mas sua contribuição para a ciência e para o monitoramento ambiental continua a ser valorizada.

Essa iniciativa é um exemplo do potencial que a pesquisa e a tecnologia têm para contribuir com a preservação do meio ambiente e a promoção de soluções para os problemas que enfrentamos atualmente. O AlfaCrux não só representa um avanço na área de tecnologia espacial, mas também um passo importante na conscientização sobre a importância do monitoramento ambiental e da proteção das nossas florestas e biomas.

A exposição no planetário é uma oportunidade para que a população conheça mais sobre a ciência e a tecnologia desenvolvidas no Brasil, além de inspirar novas gerações a se interessarem por áreas como a engenharia, a pesquisa e a preservação ambiental. Com projetos como o AlfaCrux, o Brasil demonstra que está no caminho certo para se tornar um protagonista na área espacial e na luta contra as mudanças climáticas.