Ampliação do Brics e suas implicações geopolíticas
Brics se expande e desafia G7.
Notícia publicada em 24/10/2024 04:49 - #politica
O Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está se expandindo. Em 2023, na cúpula de Joanesburgo, o bloco aceitou a entrada de mais seis países, e agora discute a criação de uma nova categoria de "parceiros". Essa mudança é vista por especialistas como uma forma de aumentar a influência geopolítica da Rússia e da China, especialmente em relação ao G7, que é dominado por Estados Unidos e Europa.
O professor José Luís da Costa Oreiro, da Universidade de Brasília, afirma que essa ampliação representa uma "briga de hegemonia". Ele destaca que a disputa é por áreas de influência global, semelhante ao que motivou a formação do G7. Para ele, a entrada de novos países, como Cuba, não traz vantagens econômicas, mas sim um aumento na influência geopolítica do bloco.
Por outro lado, o professor Pio Penna Filho acredita que a diversidade de interesses entre os membros do Brics pode dificultar a coordenação. Ele menciona que a Rússia e a China têm objetivos distintos, o que pode levar a conflitos internos no grupo.
Em termos econômicos, a ampliação do Brics pode ter efeitos variados. O CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, sugere que isso pode reduzir a dependência do Brasil em relação ao mercado americano, promovendo uma maior estabilidade nas exportações. No entanto, Pio Penna Filho não vê vantagens econômicas imediatas para o Brasil com essa expansão.
O Brasil assumirá a presidência do Brics em janeiro de 2025 e pretende discutir temas como combate à fome e reforma do Conselho de Segurança da ONU. Contudo, especialistas alertam que, sem o apoio dos países com assento permanente, como os Estados Unidos, mudanças significativas são improváveis.