Rainha Elizabeth II ignorou espionagem de colaborador por anos

A Rainha Elizabeth II não soube por quase dez anos que um de seus colaboradores, Anthony Blunt, era um espião soviético. Essa informação foi revelada por documentos dos serviços secretos britânicos, que serão expostos em uma futura mostra em Londres. Blunt, que era historiador de arte e curador da Coleção Real, confessou sua atividade como agente soviético em 1964, mas a rainha só foi informada oficialmente em 1973.

Os registros mostram que, quando finalmente recebeu a notícia, a rainha reagiu com calma e sem surpresas. A decisão de informá-la ocorreu em um momento de preocupação do governo britânico, que temia que a verdade pudesse ser divulgada pela mídia após a morte de Blunt, que estava doente com câncer. Antes disso, a rainha já havia recebido informações sobre o caso de forma mais geral, mas sem detalhes específicos.

Anthony Blunt foi recrutado pelos soviéticos enquanto era professor na Universidade de Cambridge e, durante a Segunda Guerra Mundial, atuou como oficial do MI5, passando informações para a KGB. Ele foi exposto publicamente pela primeira-ministra Margaret Thatcher em 1979, em uma declaração no Parlamento. Blunt morreu em 1983, após ter sido destituído de seu título de cavaleiro.

Os documentos que revelam essa história estão sendo analisados pelos Arquivos Nacionais e a exposição incluirá um relatório da entrevista de Blunt no momento de sua confissão. Essa revelação lança luz sobre um dos episódios mais intrigantes da história da monarquia britânica e a relação da rainha com seus colaboradores.