Jovens da Amazônia lutam pela preservação da floresta

A Amazônia, uma das maiores florestas tropicais do mundo, enfrenta desafios significativos devido ao desmatamento, mudanças climáticas e a pressão do agronegócio. Em meio a essa luta, jovens ativistas estão se destacando como líderes na defesa do meio ambiente e na preservação da floresta. Um exemplo inspirador é a história de Raiara Barros, uma jovem de apenas 20 anos que se tornou a primeira mulher presidente da Associação de Produtores e Produtoras Agroextrativistas do Seringal Floresta e Adjacências, localizada na comunidade Rio Branco, no município de Xapuri, no Acre.

Raiara, que é filha de um dos maiores ativistas socioambientais do Brasil, Raimundo Mendes de Barros, conhecido como Raimundão, assumiu a liderança da associação em 2023. Desde pequena, ela acompanhava seu pai nas atividades de preservação e começou a entender a importância do movimento ambiental. Ao assumir a presidência, ela encontrou a associação inativa há seis anos e, após um ano de trabalho duro, conseguiu reativá-la, quitando dívidas e organizando as atividades. Hoje, a associação não só atende às demandas locais, mas também criou espaços voltados para o turismo e geração de renda, como o Ateliê da Floresta e uma cozinha comunitária.

Além de sua função na associação, Raiara também atua como secretária de Juventude em Xapuri e coordena um núcleo local da Engajamundo, uma associação nacional de jovens que busca enfrentar problemas ambientais e sociais. Apesar das dificuldades e do preconceito que enfrenta por ser jovem e mulher, ela se mantém firme em sua missão. Raiara compartilha que, em momentos de sobrecarga, chegou a questionar se estava no lugar certo, mas a força de seu legado familiar e a necessidade de lutar por sua comunidade a motivam a continuar.

A luta de Raiara é parte de um movimento maior que envolve a juventude indígena e outros jovens ativistas da Amazônia. Lídia Guajajara, uma jovem de 27 anos, é outra voz importante nesse cenário. Natural do Território Indígena Arariboia, no Maranhão, Lídia é ativista e comunicadora, e atualmente coordena a juventude no Ministério dos Povos Indígenas. Ela destaca a importância de os povos indígenas contarem suas próprias histórias e lutarem por seus direitos, especialmente em questões territoriais e ambientais. Lídia acredita que a juventude indígena tem um papel crucial na defesa da Amazônia e que é fundamental criar políticas públicas que atendam às necessidades dos jovens indígenas.

O movimento Amazônia de Pé, criado em 2022, também reflete a urgência da luta pela preservação da floresta. Com o lema "Somos a última geração que pode salvar a Amazônia", o movimento reúne diversas organizações e busca levar ao Congresso Nacional um projeto de lei para proteger as florestas públicas e os direitos dos povos tradicionais. A ativista Karina Penha, uma das idealizadoras do movimento, enfatiza a importância de engajar a população em torno da causa ambiental, destacando que a Amazônia é um território habitado por diversos povos que buscam preservar seu modo de vida.

Karina, que é bióloga e cresceu em um ambiente onde a natureza e as questões sociais eram parte de sua vivência, acredita que a comunicação é uma ferramenta essencial para mobilizar as pessoas. Ela ressalta que é preciso apresentar uma perspectiva positiva sobre a luta ambiental, mostrando que todos têm o direito de viver bem e que a preservação da Amazônia é fundamental para a sobrevivência de todos.

A série de reportagens "Trilhas Amazônicas", publicada pela Agência Brasil, destaca as vozes e as lutas dos jovens da Amazônia, que estão na linha de frente da defesa da floresta. Esses jovens ativistas, como Raiara, Lídia e Karina, representam a esperança de um futuro mais sustentável e a determinação de preservar um dos maiores patrimônios naturais do planeta. Eles acreditam que, apesar dos desafios, é possível fazer a diferença e que a luta pela Amazônia é uma luta pela vida.

A mobilização desses jovens é um chamado para que todos se unam na defesa da Amazônia, reconhecendo que o futuro do planeta está interligado à preservação desse ecossistema vital. A luta pela Amazônia é, acima de tudo, uma luta pela sobrevivência e pela justiça social, e os jovens estão prontos para liderar essa batalha.