G20 Social: proposta de imposto sobre super-ricos é destaque
Relatório final do G20 Social propõe tributação.
Notícia publicada em 07/11/2024 14:17 - #sociedade_comportamento
O G20 Social, uma iniciativa que visa incluir a sociedade civil nas discussões da cúpula do G20, está se preparando para apresentar um relatório final ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento ocorrerá no Rio de Janeiro entre os dias 14 e 16 de novembro, e uma das propostas mais relevantes que surgiram até agora é a tributação dos super-ricos. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, destacou a importância dessa proposta, que sugere um imposto global de 2% sobre a riqueza de aproximadamente três mil pessoas que possuem um patrimônio total de cerca de 15 trilhões de dólares.
A ideia é que a arrecadação desse imposto seja utilizada para combater a fome e a pobreza, além de ajudar no enfrentamento das mudanças climáticas. Durante uma entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", Macêdo questionou a falta de participação da população em decisões que afetam suas vidas, enfatizando que o G20 Social foi criado para dar voz ao povo. Ele afirmou: "Os chefes de Estado vão definir políticas públicas que vão atingir todas as populações no mundo e a população não participa desse processo?".
O que é o G20 Social?
O G20 Social foi uma decisão do Brasil, que atualmente preside o grupo. A cúpula tem como objetivo ampliar a participação de atores não-governamentais nas discussões e decisões do G20. Macêdo ressaltou que o presidente Lula está incentivando a participação popular, criando um ambiente rico em pluralidade. Os debates do G20 Social se concentrarão em três temas principais: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; o desenvolvimento sustentável, que inclui a discussão sobre mudanças climáticas e transição energética justa; e a reforma da governança global.
Mais de 200 atividades autogestionadas estão programadas para o evento, permitindo que diferentes vozes e reivindicações da sociedade civil sejam ouvidas. Além disso, haverá um espaço com 150 barracas que oferecerão produtos como alimentos, artesanatos e serviços, promovendo a cultura local e a economia solidária.
Contribuições da sociedade civil
As contribuições da sociedade civil serão compiladas em um documento síntese que será entregue ao presidente Lula. Este documento refletirá as visões e propostas do povo e dos movimentos sociais organizados, e a expectativa é que essas sugestões sejam incorporadas na Declaração de Líderes do G20. Macêdo expressou a esperança de que a participação popular se torne uma prática comum nas futuras cúpulas do G20, incluindo a próxima, que ocorrerá na África do Sul em 2025.
Credenciamento e programação
A Cúpula do G20 Social é aberta ao público, e o credenciamento para participação está disponível até o dia 12 de novembro. Para se inscrever, os interessados devem fornecer informações pessoais, como nome completo, e-mail e CPF ou passaporte. A programação do evento começará no dia 14 de novembro, às 14h, com a presença de diversas autoridades, incluindo ministros e representantes da sociedade civil.
No segundo dia, 15 de novembro, serão realizadas plenárias para discutir os três eixos principais propostos pelo Brasil. O evento culminará no dia 16, com a leitura do documento final que será entregue ao presidente Lula. A ideia é que representantes da sociedade civil leiam o texto, que será aclamado pelos participantes, simbolizando a união e a força das vozes que contribuíram para o processo.
O G20 Social representa uma oportunidade única para que a sociedade civil se envolva ativamente nas discussões que moldam o futuro do mundo. A proposta de tributação dos super-ricos é apenas uma das muitas iniciativas que buscam promover a justiça social e a sustentabilidade em um momento em que o mundo enfrenta desafios sem precedentes. Com a participação do povo, espera-se que as decisões tomadas na cúpula reflitam as necessidades e aspirações de todos, e não apenas de uma minoria privilegiada.