Cúpula do P20 discute sustentabilidade e desigualdades
Debate sobre sustentabilidade e desigualdades sociais.
Notícia publicada em 07/11/2024 16:35 - #sociedade_comportamento
Em Brasília, parlamentares de diversos países estão reunidos para a 10ª Cúpula de Presidentes dos Parlamentos do G20, também conhecida como P20. Este encontro, que ocorre anualmente, reúne líderes de parlamentos das 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana. O evento começou na manhã desta quinta-feira (7) e tem como tema central "Parlamentos por um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". O principal objetivo é discutir e encontrar estratégias que possam melhorar a vida das populações em seus países e na comunidade internacional como um todo.
Durante a abertura do evento, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enfatizou a importância de abordar questões como a fome e as desigualdades sociais. Ele destacou que não é possível discutir esses problemas sem considerar o desenvolvimento sustentável, a transição energética e as mudanças climáticas. Pacheco afirmou que os parlamentos devem ter um compromisso real com a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável e a promoção da igualdade. Ele ressaltou que não se pode aceitar que milhões de pessoas vivam em condições de miséria, excluídas do bem-estar social, e que é fundamental garantir oportunidades iguais para todos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, também fez um apelo durante sua fala. Ele pediu que os participantes do encontro se esforcem nas negociações de paz para reduzir crises humanitárias e migratórias. Lira destacou a importância do diálogo para renovar a governança global. Ele afirmou que, como representantes de seus povos, os parlamentos devem se mobilizar em torno de acordos internacionais que promovam a paz, o equilíbrio nas relações comerciais, a segurança alimentar, a cooperação científica e tecnológica, a sustentabilidade ambiental e a prosperidade para todos. Lira mencionou que a renovação do multilateralismo, proposta pelo Pacto para o Futuro adotado na ONU, só será alcançada com o envolvimento ativo dos parlamentos na construção de propostas que reformulem a governança global.
A presidente da União Interparlamentar no P20, Tulia Ackson, que também preside o Parlamento da Tanzânia, fez uma observação importante. Ela lembrou que os países estão cada vez mais distantes de alcançar o desenvolvimento sustentável planejado para 2030, conforme indicado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ackson afirmou que os parlamentares estão em uma posição única para serem defensores da prevenção, mitigação e ação em relação a esses desafios. Ela acredita que é possível traduzir compromissos internacionais em realidades nacionais, cobrando dos governos políticas e programas que atendam às necessidades dos cidadãos e do planeta.
Ao final da reunião do P20, está prevista a adoção de uma Declaração Conjunta, que será entregue na Cúpula de Líderes do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. Este evento contará com a presença das lideranças dos 19 países-membros, da União Africana e da União Europeia.
Além disso, na quarta-feira (6), durante o Fórum Parlamentar do G20, as bancadas femininas do Senado e da Câmara dos Deputados apresentaram um documento chamado Carta de Alagoas. Este documento contém recomendações da 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares do P20, que ocorreu em julho em Maceió. Entre as recomendações estão a inclusão dos direitos das mulheres nas políticas e orçamentos públicos dos países do G20, o aumento do financiamento público para promover a igualdade, a denúncia da violência política e a adoção de medidas que valorizem o trabalho não remunerado de cuidados e doméstico realizado por mulheres.
O Fórum Parlamentar do G20 é um evento preparatório para a Cúpula do P20 e visa fortalecer a participação das mulheres na política e garantir que suas vozes sejam ouvidas nas discussões sobre desenvolvimento e igualdade.
A Cúpula do P20 é uma oportunidade importante para que os parlamentares discutam questões cruciais que afetam não apenas seus países, mas também o mundo como um todo. O foco em sustentabilidade e igualdade é fundamental para enfrentar os desafios globais atuais e garantir um futuro melhor para todos.