Crianças e Adolescentes Reconhecem Impactos das Mudanças Climáticas nas Periferias

Estudo revela percepção de jovens sobre clima.

Crianças e Adolescentes Reconhecem Impactos das Mudanças Climáticas nas Periferias

Notícia publicada em 21/10/2024 15:32 - #meio_ambiente


Uma pesquisa realizada pela Clínica de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revelou que 75% das crianças e adolescentes acreditam que as mudanças climáticas afetam de maneira desigual as populações, impactando mais intensamente aqueles que vivem em comunidades periféricas ou de difícil acesso. O estudo foi realizado em parceria com o Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI) e envolveu 457 jovens de escolas maristas no Brasil e no México.

Os participantes da pesquisa foram estudantes de escolas, tanto gratuitas quanto pagas, localizadas em áreas urbanas. A pesquisa buscou entender como esses jovens percebem o meio ambiente e as mudanças climáticas que estão ocorrendo ao redor do mundo. Os resultados mostram que a maioria dos entrevistados tem uma visão crítica sobre a situação climática e suas consequências sociais.

Natalino Guilherme de Souza, presidente do Conselho Administrativo do Marista Brasil, destacou a importância da escola como um espaço fundamental para discutir a justiça climática. Ele enfatizou que as crianças em situação de vulnerabilidade são frequentemente ignoradas e, como resultado, seus direitos são violados de várias maneiras. Segundo ele, é essencial que um país que busca ser sustentável e justo coloque as crianças no centro de suas ações.

A pesquisa também revelou que 79% dos entrevistados veem as mudanças climáticas como uma ameaça real para as futuras gerações. Além disso, 90% dos jovens afirmaram ter conhecimento sobre os direitos infantojuvenis, mas apenas 64% sentem que suas opiniões são levadas em consideração pelos responsáveis pela tomada de decisões.

Natalino ressaltou que a conscientização sobre questões ambientais deve ser promovida nas escolas. Ele sugeriu que as instituições de ensino implementem projetos sustentáveis, como a redução do uso de plástico, ações de reciclagem, gestão de resíduos e desperdícios, além da criação de hortas comunitárias. Essas iniciativas podem ajudar a educar os jovens sobre a importância de cuidar do meio ambiente e a necessidade de agir em prol de um futuro mais sustentável.

A pesquisa também se alinha a outras iniciativas que buscam envolver a população na discussão sobre mudanças climáticas. Recentemente, o Ministério das Cidades recebeu sugestões sobre como lidar com essa questão, e o Papa fez um alerta sobre a saúde do planeta, afirmando que o mundo está doente. Além disso, nove cidades do Rio de Janeiro estão desenvolvendo planos de prevenção para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Essas ações e discussões são fundamentais para que a sociedade como um todo compreenda a gravidade da situação climática e a necessidade de um esforço conjunto para mitigar os impactos, especialmente nas comunidades mais vulneráveis. A pesquisa da PUCPR é um passo importante para dar voz às crianças e adolescentes, que são o futuro do planeta e que, muitas vezes, são os mais afetados pelas consequências das mudanças climáticas.

Em resumo, a pesquisa destaca a necessidade de ouvir as crianças e adolescentes sobre suas percepções e preocupações em relação ao meio ambiente. A inclusão de suas vozes nas discussões sobre políticas públicas é crucial para garantir que suas necessidades e direitos sejam respeitados e atendidos. A educação ambiental nas escolas pode ser uma ferramenta poderosa para formar cidadãos conscientes e engajados na luta por um futuro mais justo e sustentável.


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