Ucrânia não será discutida na cúpula do Brics, afirma chanceler brasileiro
Cúpula do Brics acontece na Rússia sem tema Ucrânia.
Notícia publicada em 21/10/2024 14:50 - #politica
Na manhã desta segunda-feira, 21 de agosto, o chanceler brasileiro Mauro Vieira chegou à Rússia para participar da 16ª cúpula do Brics, que ocorrerá entre os dias 22 e 24 de agosto. Ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de a Ucrânia ser um dos temas discutidos durante o evento, Vieira foi claro: "Aqui nos Brics o tema é a cooperação dos Brics". Essa declaração reflete a intenção do Brasil de focar na cooperação entre os países membros do bloco, que inclui a Rússia, mesmo em meio ao conflito que o país enfrenta com a Ucrânia desde fevereiro de 2022.
O chanceler destacou que a agenda da cúpula está voltada para fortalecer as parcerias entre os países que compõem o Brics. Além disso, ele mencionou que um dos principais tópicos a serem discutidos será a modalidade de membro associado do bloco. Até o momento, cerca de 30 países já expressaram interesse em se juntar ao Brics, o que demonstra o crescente apelo do grupo no cenário internacional.
Mauro Vieira também foi questionado sobre a possibilidade de a Venezuela se tornar um membro associado do Brics. Ele respondeu que todos os países candidatos têm chances, indicando que a inclusão de novos membros é uma questão em aberto e que será discutida durante a cúpula.
Um dos pontos mais importantes da cúpula deste ano é a definição dos critérios para a entrada de novos membros no bloco. Esses novos integrantes não serão considerados membros permanentes, mas sim associados. Após a definição desses critérios, espera-se que novos membros associados sejam anunciados, ampliando ainda mais a influência do Brics no cenário global.
Vale ressaltar que o chanceler Mauro Vieira foi designado para representar o Brasil na cúpula após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sofrido um acidente doméstico no último sábado, 19 de agosto. Os médicos recomendaram que Lula evitasse viagens longas, o que levou à escolha de Vieira para liderar a delegação brasileira.
Esta cúpula do Brics será a primeira a contar com a presença dos novos membros que se juntaram ao bloco neste ano. O Brics, que originalmente era formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora inclui também o Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia como membros plenos. Essa expansão é um sinal do crescimento e da diversificação do grupo, que busca aumentar sua relevância no cenário internacional.
O governo russo informou que 32 países confirmaram presença na cúpula, sendo que 23 deles serão representados por líderes de Estado. Durante o encontro, os membros do Brics também devem discutir estratégias para reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais entre os países do bloco. Além disso, há a intenção de fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, que são dominados por potências ocidentais.
Estima-se que o Brics represente cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) global, superando o G7, que é composto pelas maiores economias do mundo, como Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, e que concentra cerca de 30% do PIB mundial. Além disso, o Brics abriga aproximadamente 42% da população mundial, o que demonstra sua importância e influência no cenário global.
A cúpula do Brics, portanto, não apenas representa uma oportunidade para discutir a cooperação entre os países membros, mas também para abordar questões econômicas e financeiras que podem impactar o futuro do comércio e das relações internacionais. Com a presença de novos membros e a discussão sobre a inclusão de outros países, o Brics se posiciona como um bloco cada vez mais relevante no cenário global.