Retirada de produtos tóxicos do rio Tocantins será em abril
Retirada de agrotóxicos do rio Tocantins em abril.
Notícia publicada em 22/01/2025 12:32 - #sociedade_comportamento
A retirada de produtos tóxicos do rio Tocantins, que ocorrerá no final de abril, é uma ação necessária após a queda da ponte Juscelino Kubitschek. Essa ponte ligava os estados do Maranhão e Tocantins pela BR-226 e desabou no dia 22 de dezembro de 2024. Durante o acidente, duas carretas que transportavam ácido sulfúrico e uma que levava agrotóxicos caíram no rio, a uma profundidade de mais de 40 metros. O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é o responsável pela coordenação dessa operação de retirada.
As carretas que caíram continham um total de 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxicos, incluindo produtos como Carnadine, Pique 240SL e Tractor. A retirada desses produtos é urgente, pois a presença de substâncias químicas no rio pode causar sérios danos ao meio ambiente e à saúde pública.
Aumento da Vazão do Rio
A operação de retirada dos produtos químicos foi adiada devido ao aumento da vazão do rio Tocantins, que ocorreu após a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito. Esse aumento na correnteza do rio torna a realização de mergulhos para a retirada das bombonas muito difícil e perigosa. O Ibama informou que, para realizar os mergulhos de forma segura, a vazão do rio precisa estar em torno de 1.000 m³/s. No entanto, a usina não pode garantir essa vazão durante o período úmido, que vai até o final de abril.
Os mergulhos realizados até o dia 9 de janeiro conseguiram retirar 29 bombonas, cada uma com 20 litros de agrotóxicos. Após essa data, os trabalhos foram suspensos devido ao aumento da vazão do rio. O Ibama destacou que, com a correnteza mais forte, as bombonas podem se deslocar para áreas mais distantes, aumentando o risco de contaminação.
Busca por Desaparecidos
Além da preocupação com os produtos químicos, a tragédia do desabamento da ponte também resultou em pessoas desaparecidas. No total, 18 pessoas estavam na ponte no momento do acidente, e até agora, 14 delas foram localizadas. As buscas continuam para encontrar as quatro pessoas que ainda estão desaparecidas: Salmon Alves Santos, de 65 anos, Felipe Giuvannuci Ribeiro, de 10 anos, e Gessimar Ferreira da Costa, de 38 anos.
As operações de busca e resgate foram iniciadas imediatamente após o acidente, utilizando embarcações e drones para auxiliar na localização das vítimas. No entanto, a suspensão dos mergulhos devido à alta vazão do rio complicou ainda mais a situação.
Medidas de Segurança
Diante da gravidade da situação, o Ibama solicitou ao Consórcio Estreito Energia, que opera a usina, informações sobre a previsão da vazão do rio e a possibilidade de abrir janelas para os mergulhos. A retirada dos produtos químicos é uma prioridade, mas a segurança dos mergulhadores e a eficácia da operação são igualmente importantes.
A situação é complexa e requer um planejamento cuidadoso para garantir que a retirada dos produtos tóxicos seja realizada de forma segura e eficiente. O Ibama e as empresas envolvidas estão trabalhando para encontrar a melhor solução para essa emergência ambiental.
A tragédia do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek não apenas causou perdas humanas, mas também levantou questões sérias sobre a segurança das infraestruturas e a proteção do meio ambiente na região. A população local e as autoridades estão em alerta, esperando que as operações de resgate e retirada de produtos tóxicos sejam concluídas com sucesso.