Criminosos atacam ônibus em Porto Velho e transporte é suspenso
Criminosos atacam ônibus em Porto Velho.
Notícia publicada em 15/01/2025 13:18 - #sociedade_comportamento
Recentemente, a cidade de Porto Velho, capital de Rondônia, tem enfrentado uma onda de violência que resultou em ataques a ônibus e veículos particulares. Esses incidentes levaram à suspensão do transporte público na cidade, afetando a rotina de muitos trabalhadores e estudantes.
Na madrugada do dia 14 de março, criminosos ainda não identificados incendiaram pelo menos seis ônibus que estavam estacionados em uma garagem de uma empresa de transporte. Além disso, cinco veículos destinados ao transporte de estudantes foram queimados em um distrito próximo, chamado Jaci-Paraná. Os ataques não pararam por aí; uma viatura da Polícia Militar também foi alvo dos bandidos, sendo incendiada em uma oficina mecânica. Os bombeiros e vizinhos conseguiram apagar as chamas antes que se espalhassem para outras viaturas. Um carro particular também foi incendiado em outro local da cidade.
Esses ataques ocorreram logo após o governo do estado anunciar um reforço no policiamento e a chegada de agentes da Força Nacional de Segurança Pública. Essa força foi autorizada pelo governo federal para ajudar a conter a violência que tem se intensificado nos últimos dias.
Devido a essa situação alarmante, o transporte coletivo em Porto Velho está completamente paralisado. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Estado de Rondônia (Sitetuper), Francinei Oliveira, informou que a categoria decidiu suspender os serviços por tempo indeterminado. Ele explicou que, apesar de haver a possibilidade de colocar parte da frota para rodar, a situação se agravou com o incêndio de outra garagem e ameaças a motoristas.
Oliveira destacou que a segurança dos trabalhadores e dos usuários do transporte público não pode ser garantida neste momento. Um dos motoristas ficou gravemente ferido em um dos ataques e está internado. A prefeitura de Porto Velho também confirmou a paralisação do transporte coletivo e, em resposta à situação, o prefeito Léo Moraes enviou um ofício ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual de Segurança, Felipe Bernardo Vital, solicitando um aumento no policiamento nas ruas.
Moraes pediu que as autoridades de segurança pública adotem medidas urgentes para garantir a segurança da população e dos trabalhadores do transporte coletivo. Ele atribuiu a onda de ataques a facções criminosas que atuam na região.
As autoridades locais acreditam que os ataques são uma reação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, que foi iniciada pela Polícia Militar no final de 2024. Essa operação visa combater a presença de organizações criminosas em conjuntos habitacionais que foram invadidos. A operação já resultou na recuperação de cerca de 70 apartamentos e na apreensão de drogas e armas.
O comandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, Tenente-Coronel Ewerson Pontes, afirmou que as facções criminosas obtêm lucro não apenas com a venda de drogas, mas também com roubos e aluguéis de imóveis invadidos.
A situação se agravou ainda mais após o assassinato do cabo Fábio Martins, do Batalhão de Polícia Ambiental, que foi morto a tiros poucos dias após o início da operação. Em resposta, a Polícia Militar mobilizou mais de 200 policiais para uma ação mais enérgica contra o crime.
A segunda fase da operação foi deflagrada no dia seguinte ao assassinato do cabo Martins, resultando na prisão de cerca de 20 pessoas e na morte de dois suspeitos que reagiram à ação policial.
A Polícia Militar, em suas redes sociais, afirmou que os ataques a ônibus e veículos particulares têm como objetivo afastar as forças policiais das áreas residenciais, uma vez que as operações têm causado grandes prejuízos às atividades criminosas, como a apreensão de drogas e a recuperação de imóveis invadidos.
A situação em Porto Velho continua tensa, e a população aguarda medidas efetivas das autoridades para garantir a segurança e a normalização do transporte público na cidade.