Governo Lula pode adiar anúncio de cortes de gastos

Uma parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sugerindo que o anúncio de um pacote de cortes de gastos seja adiado. A ideia é que isso aconteça para evitar que as medidas sejam ofuscadas pelos resultados das eleições nos Estados Unidos e pela decisão do Copom sobre a taxa de juros, que deve ocorrer na próxima quarta-feira (6).

Os defensores dessa proposta acreditam que as mudanças são significativas e precisam de mais tempo para serem bem elaboradas. Enquanto isso, ministros das áreas sociais estão tentando convencer Lula a não realizar alterações que possam impactar suas políticas públicas.

O ministro da Previdência, Carlos Lupi, expressou sua oposição à desvinculação de benefícios do salário mínimo e defendeu um foco maior no combate a fraudes, especialmente no BPC (Benefício de Prestação Continuada), que é destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Ele argumentou que, durante a pandemia, as regras foram afrouxadas, permitindo que muitas pessoas sem direito ao benefício o recebessem.

Por outro lado, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, está preocupado com possíveis mudanças nas regras do seguro-desemprego e acredita que pode convencer o presidente a manter as normas atuais.

Lula deseja apresentar a proposta de revisão de gastos antes da cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. No entanto, a pressão para adiar o anúncio pode dificultar essa meta.

As discussões sobre o pacote de cortes de gastos têm sido intensas no Palácio do Planalto, com reuniões envolvendo diversos ministros. A expectativa é que o governo encontre um equilíbrio entre as necessidades fiscais e a manutenção dos direitos sociais.