Alta do Dólar: Fatores Internos e Externos em Jogo

A recente alta do dólar tem gerado preocupações no Brasil, especialmente porque fatores internos estão se mostrando mais decisivos do que o cenário internacional. Nos últimos dias, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 5,869, mas nesta segunda-feira, houve uma leve queda, com o dólar a R$ 5,76. Essa oscilação está ligada a expectativas sobre cortes de gastos e a situação política nos Estados Unidos.

Um estudo do economista Livio Ribeiro revela que, enquanto 93,7% da variação do dólar é influenciada por fatores externos, no Brasil, essa influência sobe para 95,6%. Isso significa que as condições econômicas internas, como a política fiscal e a relação entre o Banco Central e o governo, têm um papel crucial na determinação da cotação da moeda.

Nos últimos meses, o cenário econômico brasileiro foi afetado por diversos fatores, incluindo a revisão do arcabouço fiscal e tensões entre o governo e o Banco Central. Essas questões internas têm contribuído para a volatilidade do dólar, que não é comum em períodos de estabilidade.

A expectativa é que, se o governo anunciar medidas efetivas de ajuste fiscal, a cotação do dólar possa cair. No entanto, economistas alertam que prever um valor exato é complicado. Por exemplo, Samuel Pessoa, do FGV IBRE, sugere que a moeda pode voltar a ficar próxima de R$ 5, mas isso depende de muitos fatores, incluindo a política americana e a possibilidade de Donald Trump ser reeleito, o que poderia impactar a valorização do dólar globalmente.

Portanto, o cenário para o dólar em 2024 continua incerto, com a necessidade de atenção às decisões políticas e econômicas tanto no Brasil quanto no exterior.