Mercado financeiro ajusta previsão de inflação para 2024

Previsão de inflação sobe e preocupa especialistas.

Mercado financeiro ajusta previsão de inflação para 2024

Notícia publicada em 28/10/2024 10:32 - #economia


Recentemente, o mercado financeiro revisou suas expectativas para a inflação no Brasil, aumentando a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,5% para 4,55% para o ano de 2024. Essa nova estimativa ultrapassa o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. Essa informação foi divulgada no Boletim Focus, uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central, que coleta as expectativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.

A meta de inflação é um importante parâmetro que o Banco Central utiliza para guiar sua política monetária. Para 2024, a meta foi definida em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação pode variar entre 1,5% e 4,5% sem que o Banco Central considere que a meta foi descumprida. Com a nova previsão de 4,55%, o mercado financeiro indica que a inflação pode ficar acima desse limite, o que gera preocupações sobre a estabilidade econômica.

Além disso, as previsões para os anos seguintes também foram ajustadas. Para 2025, a expectativa de inflação subiu de 3,99% para 4%. Já para 2026 e 2027, as projeções são de 3,6% e 3,5%, respectivamente. Essa tendência de alta nas expectativas de inflação pode refletir incertezas econômicas e pressões sobre os preços, especialmente em setores como energia elétrica, que teve um impacto significativo na inflação recente.

Em setembro, a inflação foi de 0,44%, após uma leve deflação de 0,02% em agosto. Nos últimos doze meses, o IPCA acumulou uma inflação de 4,42%. Esses números indicam que, apesar de algumas flutuações, a inflação continua a ser uma preocupação constante para os economistas e para o Banco Central.

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente, a Selic está fixada em 10,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa pela primeira vez em mais de dois anos, em resposta à alta do dólar e às incertezas em torno da inflação. A última alteração na Selic ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Desde então, houve uma série de cortes na taxa, mas a recente alta indica uma mudança na abordagem do Banco Central para lidar com a inflação.

A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 5 e 6 de novembro, e os analistas do mercado financeiro esperam que a taxa básica de juros seja aumentada novamente. As expectativas indicam que a Selic pode encerrar 2024 em 11,75% ao ano. Para os anos seguintes, as previsões são de que a taxa caia para 11,25% em 2025 e para 9,5% e 9% em 2026 e 2027, respectivamente.

Quando a Selic é elevada, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que pode ajudar a controlar a inflação. Juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança, mas também podem dificultar o crescimento econômico, pois as empresas e consumidores podem reduzir seus gastos. Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais acessível, estimulando a produção e o consumo, mas isso pode aumentar a pressão sobre a inflação.

Além das expectativas de inflação, o mercado financeiro também revisou suas projeções para o crescimento da economia brasileira. A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 subiu de 3,05% para 3,08%. No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 1,4% em comparação com o primeiro trimestre, e 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Para 2025, a expectativa de crescimento do PIB é de 1,93%, e para 2026 e 2027, a previsão é de 2% para ambos os anos.

A cotação do dólar também é um fator importante a ser observado. A previsão é que a moeda norte-americana encerre 2024 cotada a R$ 5,45 e que, em 2025, fique em R$ 5,40. Essas expectativas refletem a dinâmica do mercado e as incertezas que cercam a economia brasileira.

Em resumo, o aumento nas previsões de inflação e as expectativas de crescimento econômico indicam um cenário desafiador para o Brasil nos próximos anos. O Banco Central terá que agir com cautela para equilibrar o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico, enquanto o mercado financeiro continua a monitorar de perto esses indicadores.


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O Banco Central do Brasil (BCB) é a instituição responsável pela política monetária do país, atuando como o banco dos bancos e regulador do sistema financeiro nacional. Criado em 31 de dezembro de 1964, o Banco Central tem como principais objetivos garantir a estabilidade do poder de compra da mo... Ver wiki completa