Brics convida 13 países para se tornarem membros associados

O Brics, um bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está se preparando para expandir sua influência ao convidar 13 países para se tornarem membros associados. Os países que estão sendo considerados para essa nova categoria de associação incluem Cuba, Bolívia, Turquia, Nigéria, Indonésia, Argélia, Belarus, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã e Uganda. Essa decisão foi discutida durante a 16ª cúpula do Brics, que ocorreu em Kazan, na Rússia, e que terminou no dia 24 de agosto de 2023.

Atualmente, o Brics conta com membros plenos e recentemente adicionou o Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito ao seu grupo. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou sobre a necessidade de confirmar o interesse dos países convidados em se juntar ao bloco. Ele destacou que, antes de anunciar oficialmente os novos membros, é importante receber respostas positivas dos países que foram contatados.

Putin afirmou: "Enviaremos um convite e uma proposta aos futuros países parceiros para participarem do nosso trabalho nessa qualidade [de parceiros associados] e, ao recebermos uma resposta positiva, anunciaremos quem está na lista. Seria simplesmente inapropriado fazer isto agora, antes de recebermos uma resposta, embora todos esses países praticamente tenham feito solicitações uma vez ou outra". Essa declaração foi feita em uma coletiva de imprensa, onde ele também mencionou que mais de 30 nações já expressaram interesse em se juntar ao Brics.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou das discussões e informou que houve um consenso sobre os critérios e princípios que guiarão a escolha dos novos membros associados. No entanto, ele ressaltou que a divulgação oficial dos nomes ainda depende das consultas que a Rússia fará aos países que atenderam aos critérios estabelecidos.

"Foi discutido e foi aprovado, e houve consenso sobre os princípios e critérios que guiarão essa ampliação. Quanto à lista de países, será decidido daqui para a frente, e a presidência russa fará consultas depois de chegar a uma lista de países, que não sei como será, nem quais países serão. Depois vai consultar os dez membros atuais e anunciar quais são esses países", explicou Vieira.

Um dos pontos importantes levantados pela diplomacia brasileira é a necessidade de equilíbrio geográfico entre os membros do Brics. O Brasil defende que a representação da América Latina no bloco deve ser equivalente à de outros continentes, garantindo assim uma diversidade e uma representação justa.

Além dos países que estão sendo convidados, a Arábia Saudita também foi convidada para se tornar um membro pleno do Brics, mas ainda não aceitou oficialmente o convite. Apesar disso, a Arábia Saudita tem participado das reuniões do bloco, o que indica um interesse em se envolver mais nas discussões e decisões do Brics.

A ampliação do Brics é vista como uma estratégia para aumentar a influência do bloco no cenário internacional, especialmente em um momento em que muitos países buscam alternativas às estruturas tradicionais de poder global. A inclusão de novos membros pode trazer uma diversidade de perspectivas e interesses, fortalecendo a posição do Brics como um ator relevante nas relações internacionais.

A expectativa é que, após a confirmação do interesse dos países convidados, o Brics possa anunciar oficialmente os novos membros associados, o que poderá ocorrer em um futuro próximo. Essa expansão pode representar uma nova fase para o bloco, que busca se consolidar como uma alternativa viável às potências ocidentais e promover uma maior cooperação entre os países em desenvolvimento.