Azeite de Oliva: 29 Marcas Proibidas por Adulteração

Neste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil tomou medidas rigorosas contra a adulteração de azeite de oliva. Um total de 29 marcas teve a venda proibida devido a irregularidades em seus produtos. As investigações revelaram que algumas empresas estavam misturando azeite de oliva com outros óleos vegetais de origem desconhecida, o que representa um risco à saúde dos consumidores.

Os auditores e técnicos fiscais do Mapa já emitiram 48 autos de infração contra empresas que foram acusadas de adulterar o azeite. Essas ações fazem parte de um esforço maior para combater a importação irregular e a comercialização de produtos falsificados. Como resultado dessas operações, cerca de 100 mil litros de azeite de oliva foram apreendidos, e a lista das marcas proibidas está disponível no site do ministério.

Uma das operações mais significativas, chamada Getsêmani, ocorreu em março e envolveu a colaboração de forças policiais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Durante essa operação, foram apreendidos 60,6 mil litros de azeite extravirgem em um galpão de uma fábrica clandestina localizada em Saquarema, no Rio de Janeiro. Além disso, foram encontrados 37,5 mil litros de óleo de soja no mesmo local, o que indicava que os envolvidos poderiam produzir até 196 mil garrafas de azeite de oliva adulterado. Também foram encontrados rótulos e tampas de diferentes marcas, o que sugere que a fraude era bem planejada.

Recentemente, o Mapa divulgou uma lista com 12 marcas de azeite de oliva que, após testes realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, foram identificadas como contendo outros óleos vegetais não identificados. Isso levanta preocupações sobre a segurança alimentar e a saúde dos consumidores. Em uma entrevista à Agência Brasil, a coordenadora de Fiscalização da Qualidade Vegetal do Mapa, Ludmilla Verona, explicou que a adulteração geralmente ocorre em território nacional, por empresas que importam e envasam o azeite de oliva. Muitas dessas empresas estão em situação irregular, com CNPJ suspenso ou com pedidos de encerramento das atividades.

Ludmilla destacou que, embora a importação do azeite de oliva a granel seja feita de forma legal, é durante o processo de envase que a fraude acontece. Outros óleos vegetais são adicionados ao azeite para aumentar o rendimento do produto, o que é uma prática enganosa e prejudicial. Ela também mencionou que, embora algumas marcas sejam conhecidas em seus países de origem, o Mapa não avalia a origem da principal matéria-prima. Por isso, é importante que o ministério divulgue não apenas o nome da marca, mas também o lote e os dados das empresas responsáveis pela comercialização no Brasil.

A comercialização de produtos adulterados é considerada uma infração grave. Os estabelecimentos que continuarem a vender esses produtos poderão ser responsabilizados. O Mapa recomenda que os consumidores que possuam azeite de marcas desclassificadas interrompam o uso imediatamente. Além disso, é aconselhável que os consumidores procurem o local onde compraram o produto para tentar a substituição por outro item de mesmo valor, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor.

Para evitar problemas, o Mapa sugere que os consumidores fiquem atentos a alguns pontos ao comprar azeite de oliva. É importante desconfiar de preços muito abaixo da média, verificar se a empresa está devidamente registrada, evitar a compra de azeite a granel, prestar atenção à data de validade e aos ingredientes descritos no rótulo, e optar por produtos que foram produzidos há menos tempo. Essas precauções podem ajudar a garantir que os consumidores estejam adquirindo um produto de qualidade e seguro para o consumo.