Putin propõe novo mandato para Dilma no banco dos Brics

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou recentemente que ofereceu ao Brasil a oportunidade de continuar na presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que é a principal instituição financeira do bloco dos Brics. Essa proposta mantém Dilma Rousseff, ex-presidenta do Brasil, à frente do banco por mais um mandato de cinco anos. O atual mandato de Dilma termina em julho de 2025.

Durante uma coletiva de imprensa, Putin destacou a importância de manter a liderança brasileira no NDB, especialmente considerando que o Brasil está presidindo o G20 este ano. Ele mencionou que, no próximo ano, o Brasil assumirá a liderança do Brics, o que torna a continuidade da presidência do banco ainda mais relevante.

Putin também expressou preocupações sobre a situação da Rússia, que está em conflito com a Ucrânia. Ele afirmou que ter uma liderança russa à frente do NDB poderia complicar a condução da instituição financeira, dada a atual situação política e econômica do país. "Não queremos transferir todos os problemas que estão associados à Rússia para instituições em cujo desenvolvimento nós próprios estamos interessados. Nós lidaremos com nossos problemas e cuidaremos deles nós mesmos", disse Putin.

A Agência Brasil tentou entrar em contato com a assessoria de Dilma Rousseff para saber se ela está interessada em continuar na presidência do NDB, que tem sede em Xangai, na China, mas não obteve resposta até o momento da publicação da reportagem.

De acordo com as regras do NDB, cada país membro do Brics tem a responsabilidade de indicar o presidente da instituição para mandatos de cinco anos. Com o rodízio entre os países membros, a próxima indicação para a presidência do NDB seria da Rússia. No entanto, a proposta de Putin sugere que o Brasil continue na liderança, o que é uma exceção às regras habituais.

Dilma Rousseff assumiu a presidência do NDB em março de 2023, substituindo Marcos Troyjo, que havia sido indicado pelo governo anterior de Jair Bolsonaro. Com a mudança de governo para Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma troca na presidência do banco, e Dilma foi escolhida para liderar a instituição.

Atualmente, o NDB está envolvido em cerca de 100 projetos financiados, que totalizam aproximadamente US$ 33 bilhões. O banco desempenha um papel crucial na estratégia do bloco dos Brics, que busca aumentar os investimentos nos países membros e no Sul Global.

Durante a cúpula do Brics deste ano, Dilma Rousseff teve a oportunidade de se encontrar com Putin e aproveitou a ocasião para defender a expansão do grupo e a utilização de moedas locais para o financiamento entre os países membros. Ela enfatizou que, apesar dos investimentos já realizados, ainda não são suficientes para atender às necessidades dos países do Brics.

"Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do Brics. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas. O Novo Banco de Desenvolvimento [NBD] tem o compromisso de viabilizar não só financiamento em projetos soberanos, mas também em projetos da iniciativa privada", afirmou Dilma durante a cúpula.

A proposta de Putin e a posição de Dilma no NDB refletem a importância do Brasil no cenário internacional e a relevância do Brics como um bloco que busca fortalecer a cooperação entre países em desenvolvimento. A continuidade da liderança brasileira no banco pode trazer novas oportunidades de investimento e desenvolvimento para a região, além de reforçar a posição do Brasil como um ator importante nas discussões globais sobre economia e desenvolvimento sustentável.