Secretário de Segurança do Rio reconhece falhas na recepção de torcedores do Peñarol

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, fez uma declaração importante sobre a recepção dos torcedores do Peñarol, que ocorreu de forma desorganizada e resultou em um tumulto na praia do Recreio, na zona oeste da cidade. Durante a confusão, mais de 200 torcedores foram detidos, e a situação gerou incêndios, furtos, atos de racismo, depredações e confrontos com a Polícia Militar.

Em uma coletiva de imprensa, Santos reconheceu que houve falhas no planejamento e na execução das medidas de segurança. Ele afirmou que a segurança pública é uma responsabilidade que ele leva a sério e que é necessário revisar todo o processo para entender onde as falhas ocorreram. “Lições aprendidas. Segurança pública não é uma equação matemática. Às vezes, as situações fogem ao controle e acontecem incidentes como este”, disse o secretário.

De acordo com Santos, os problemas começaram com a chegada de torcedores que estavam em três ônibus que não foram previamente comunicados ao Consulado do Uruguai. Ele mencionou que ainda será investigado se a falha de comunicação foi responsabilidade do Peñarol, da torcida ou do consulado. No entanto, ele enfatizou que a segurança deveria ter sido mais rigorosa, especialmente considerando o histórico de violência associado a essa torcida. Santos lembrou que, em uma ocasião anterior, um torcedor do Flamengo perdeu a vida devido a confrontos com torcedores do Peñarol.

O secretário também informou que o efetivo policial foi reforçado para o jogo que ocorrerá à noite entre Botafogo e Peñarol, no Estádio Nilton Santos, pela Copa Libertadores da América.

Os torcedores detidos foram levados para a Cidade da Polícia, localizada no Jacaré, onde foram acomodados em um auditório devido ao grande número de pessoas. Entre os detidos, havia idosos e crianças. O cônsul do Uruguai compareceu ao local para ajudar na identificação dos torcedores, que não poderão assistir ao jogo daquela noite.

A responsabilidade de apurar os fatos e ouvir os torcedores detidos ficará a cargo do delegado responsável pelo caso. Ele terá a tarefa de identificar as responsabilidades e classificar os crimes cometidos durante o tumulto. As possíveis acusações incluem danos ao patrimônio, tentativa de homicídio e organização criminosa.

Até o momento, apenas dois torcedores foram presos em flagrante na 16ª Delegacia de Polícia. Um deles foi detido por furto de celular e o outro por porte de arma. Além disso, o secretário mencionou um possível caso de racismo, onde torcedores teriam imitado um macaco para ofender um banhista negro na praia. Moradores da comunidade próxima, chamada Terreirão, se mobilizaram em defesa do banhista. A confirmação desse caso depende da denúncia da vítima e da identificação do autor do ato.

Outros incidentes registrados incluem depredações de motos, carros e bens de trabalhadores da orla. A orientação da secretaria é que as vítimas façam um boletim de ocorrência e busquem indenização do governo do Estado.

A situação gerou preocupação entre as autoridades e a população, que esperam que medidas mais eficazes sejam implementadas para evitar que episódios como este se repitam no futuro. A segurança em eventos esportivos é um tema delicado e que requer atenção especial, principalmente em um país onde a paixão pelo futebol pode levar a comportamentos extremos.