Domingos Brazão se emociona em depoimento ao STF

Domingos Brazão chora ao negar envolvimento em crime.

Domingos Brazão se emociona em depoimento ao STF

Notícia publicada em 22/10/2024 18:32 - #politica


Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 22 de agosto. Ele é réu em um caso que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. O depoimento aconteceu enquanto Brazão está preso na penitenciária federal em Porto Velho.

As investigações apontam que Domingos e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, são considerados mandantes do crime, com base na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter sido o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson. Durante o depoimento, Domingos se emocionou e chegou a chorar ao falar sobre seus filhos, mas negou conhecer Ronnie Lessa pessoalmente.

Quando questionado pelo juiz Airton Vieira sobre o porquê de um desconhecido o incriminar, Domingos afirmou que Ronnie estava se sentindo pressionado e queria se livrar da culpa, especialmente após a divulgação na mídia de que os irmãos Brazão estavam sendo investigados. "Foi uma oportunidade que Lessa teve de ganhar os benefícios [da delação]. Um homicida, um homem louco que nunca demonstrou piedade pelo que fez", disse Domingos.

O juiz insistiu na pergunta e questionou por que Chiquinho também teria sido incriminado por alguém que não conhecia. Domingos respondeu que a acusação contra seu irmão tinha o objetivo de levar o caso para o STF, que é o tribunal responsável por julgar parlamentares. Ele afirmou que a delação foi homologada rapidamente, em apenas quatro dias, e que o caso já estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) há algum tempo.

Domingos também garantiu que não conhecia Marielle Franco. "Nunca estive com Marielle, nem com Anderson", afirmou durante o depoimento. Na segunda-feira, 21 de agosto, Chiquinho Brazão também prestou depoimento e negou conhecer Ronnie Lessa.

Além dos irmãos Brazão, outros réus no caso incluem o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos eles respondem por homicídio e organização criminosa e estão presos por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes.

As investigações da Polícia Federal indicam que o assassinato de Marielle Franco está ligado ao seu posicionamento contrário aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão. Este grupo tem conexões com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro, o que torna o caso ainda mais complexo e delicado.

O assassinato de Marielle Franco, uma figura proeminente na luta pelos direitos humanos e pela igualdade social, gerou uma onda de protestos e clamor público por justiça. A vereadora era conhecida por seu trabalho em defesa das minorias e por sua oposição à violência policial e às milícias que atuam na cidade. O caso continua a ser um marco na luta contra a impunidade e a corrupção no Brasil, e a sociedade aguarda ansiosamente por respostas e justiça.

O depoimento de Domingos Brazão ao STF é mais um capítulo em uma história que já dura mais de cinco anos e que ainda não teve um desfecho satisfatório para a família de Marielle e para a sociedade. A expectativa é que as investigações avancem e que todos os envolvidos no crime sejam responsabilizados, trazendo um pouco de paz para a memória da vereadora e seu legado de luta por justiça e igualdade.


Wiki: Marielle Franco (política)
Marielle Franco foi uma política e ativista brasileira, nascida em 27 de julho de 1979, no município do Rio de Janeiro. Ela se destacou como uma das vozes mais proeminentes na luta pelos direitos humanos, especialmente em questões relacionadas à violência policial, desigualdade social e direitos ... Ver wiki completa