BHP enfrenta julgamento em Londres por desastre em Mariana
BHP tenta evitar responsabilidade por desastre em Mariana.
Notícia publicada em 21/10/2024 21:38 - #meio_ambiente
A BHP, uma das maiores mineradoras do mundo, está em um julgamento em Londres, onde tenta evitar a responsabilidade pelo desastre ambiental ocorrido em Mariana, Minas Gerais, em 2015. O colapso da barragem da Samarco, uma joint venture entre a BHP e a Vale, resultou na morte de 19 pessoas e deixou milhares de desabrigados, além de causar danos significativos ao meio ambiente, poluindo o Rio Doce e devastando florestas.
O processo, que pode resultar em indenizações de até 36 bilhões de libras (cerca de 47 bilhões de dólares), envolve mais de 600 mil pessoas, 46 governos locais e cerca de 2 mil empresas. Os advogados que representam as vítimas afirmam que a BHP está tentando evitar sua responsabilidade, alegando que a empresa já pagou quase 8 bilhões de dólares em compensações através da Fundação Renova, que foi criada para ajudar os afetados.
Durante o julgamento, que deve durar 12 semanas, os advogados da BHP argumentam que a empresa não era a proprietária ou operadora da barragem e que não tinha conhecimento de problemas de segurança antes do colapso. Eles afirmam que a subsidiária brasileira da BHP, que detinha 50% da Samarco, operava de forma independente.
Por outro lado, os advogados dos reclamantes destacam que a BHP está agindo de forma "cinicamente obstinada" ao tentar evitar a responsabilidade. Eles afirmam que as vítimas do desastre não estão satisfeitas com os acordos propostos e desejam que a BHP seja responsabilizada judicialmente.
O resultado deste julgamento pode ter um impacto significativo sobre a BHP e suas operações, além de definir a responsabilidade da empresa em relação ao desastre de Mariana.