Filme 'Maníaco do Parque' Foca no Assassino e Ignora Vítimas

O filme "Maníaco do Parque", que estreou recentemente, tem gerado polêmica por sua abordagem sobre um serial killer brasileiro que atuou nos anos 90. A produção, que é baseada em eventos reais, tem sido criticada por dar protagonismo ao assassino, enquanto as vítimas são retratadas de forma superficial e sem profundidade.

A crítica destaca que o longa, escrito e dirigido por homens, apresenta o assassino como uma figura carismática e complexa, enquanto as mulheres assassinadas são mostradas apenas como números, sem histórias ou características que as humanizem. As vítimas não têm voz e são apresentadas apenas no momento de suas mortes, o que gera uma falta de conexão emocional com o público.

Embora o filme tenha sido promovido como uma obra que consideraria o ponto de vista das vítimas, a realidade é que suas histórias não são exploradas. Não há cenas que mostrem suas vidas ou suas lutas, o que perpetua a ideia de que elas são meros objetos na narrativa. A única tentativa de trazer uma perspectiva feminina é através de uma repórter fictícia, que acaba falando mais sobre o assassino do que sobre as vítimas.

Essa abordagem levanta questões sobre a representação feminina no cinema e a responsabilidade dos cineastas em contar histórias que respeitem a dignidade das vítimas. O filme, ao focar no assassino, acaba reforçando um ciclo de aniquilação feminina, onde as mulheres são vistas apenas como alvos e não como seres humanos com histórias e sonhos.

A crítica conclui que, ao retratar as vítimas de forma tão desumanizada, o filme falha em trazer uma verdadeira reflexão sobre a violência de gênero e o feminicídio, temas que deveriam ser tratados com mais seriedade e respeito.