Destruição em Beirute após bombardeios israelenses

As ruas do sul de Beirute, que antes eram cheias de vida, agora estão em ruínas após uma série de bombardeios israelenses. Desde o início dos ataques em 23 de setembro, a área, conhecida como reduto do Hezbollah, se transformou em um cenário de destruição e desolação. Crianças que antes brincavam nas ruas agora não podem ser vistas, e o silêncio é interrompido apenas pelo som das explosões.

Os moradores, que tentam retornar para verificar suas casas, enfrentam um ambiente de desconfiança e medo. Mohamed, um residente de 32 anos, relata que os jovens da vizinhança o alertaram sobre a presença de drones que podem atacar a qualquer momento. Ele se lembra do dia em que teve que fugir, deixando suas coisas para trás, e agora tenta recuperar algumas roupas.

A destruição é alarmante: cerca de 320 edifícios foram completamente destruídos em Beirute e seus subúrbios, superando os danos causados durante a guerra de 2006 entre Israel e o Hezbollah. A urbanista Mona Fawaz destaca que, ao contrário do passado, os ataques atuais visam não apenas as infraestruturas do Hezbollah, mas também instalações civis que sustentam a vida na região.

A situação é ainda mais complicada pela crise econômica que o Líbano enfrenta desde 2019, tornando difícil para os moradores reconstruírem suas vidas. Hassan, um morador de 37 anos, expressa sua tristeza ao ver que os lugares que marcaram sua infância, como supermercados e campos de futebol, não existem mais. Ele teme retornar e descobrir que amigos e vizinhos não sobreviveram aos ataques.

A guerra em Beirute não é apenas uma batalha militar, mas também uma luta pela sobrevivência e pela memória de uma vida que, antes dos bombardeios, era cheia de alegria e comunidade.