Mercado financeiro ajusta previsões de inflação e crescimento econômico

Previsões de inflação e PIB são atualizadas.

Mercado financeiro ajusta previsões de inflação e crescimento econômico

Notícia publicada em 21/10/2024 10:47 - #economia


O mercado financeiro brasileiro fez uma atualização nas suas previsões para a inflação e o crescimento da economia. De acordo com o Boletim Focus, uma pesquisa semanal realizada pelo Banco Central, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o principal indicador da inflação no Brasil, subiu de 4,39% para 4,5% para este ano. Essa mudança reflete as incertezas econômicas e os desafios que o país enfrenta.

Além disso, as projeções para os anos seguintes também foram ajustadas. Para 2025, a expectativa de inflação passou de 3,96% para 3,99%. Já para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente. É importante ressaltar que a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação pode variar entre 1,5% e 4,5%.

A partir de 2025, o sistema de meta contínua será implementado, o que significa que o CMN não precisará mais definir uma meta de inflação a cada ano. A meta contínua também terá um centro de 3%, com a mesma margem de tolerância.

No mês de setembro, a inflação foi de 0,44%, impulsionada principalmente pelo aumento nas contas de energia elétrica. Em comparação, o IPCA havia registrado uma leve deflação de 0,02% em agosto. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada foi de 4,42%.

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente, a Selic está fixada em 10,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa pela primeira vez em mais de dois anos, devido à alta do dólar e às incertezas em relação à inflação. A última alteração na taxa ocorreu em agosto de 2022, quando a Selic subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Desde então, a taxa passou por cortes, mas manteve-se em 10,5% nas reuniões de junho e julho deste ano.

A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 5 e 6 de novembro, e os analistas esperam um novo aumento na taxa básica. Para o final de 2024, a expectativa é que a Selic chegue a 11,75% ao ano. Para 2025, a previsão é que a taxa caia para 11,25% ao ano, e para 2026 e 2027, as estimativas são de 9,5% e 9%, respectivamente.

Quando a Selic é elevada, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que pode impactar os preços. Juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança, mas também podem dificultar o crescimento econômico. Por outro lado, quando a taxa é reduzida, o crédito tende a ficar mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que pode ajudar a controlar a inflação.

Em relação ao crescimento econômico, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foi ajustada de 3,01% para 3,05% para este ano. No segundo trimestre, o PIB teve um crescimento surpreendente de 1,4% em comparação ao primeiro trimestre. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 3,3%. Para 2025, a expectativa de crescimento do PIB é de 1,93%, e para 2026 e 2027, a previsão é de 2% para cada ano.

Em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões, segundo dados do IBGE. Em 2022, o crescimento havia sido de 3%. A cotação do dólar também foi revisada, com a expectativa de que chegue a R$ 5,42 no final deste ano e a R$ 5,40 no final de 2025. Essas previsões refletem um cenário econômico em constante mudança, onde a inflação e o crescimento são monitorados de perto pelas autoridades e pelo mercado.


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O Banco Central do Brasil (BCB) é a instituição responsável pela política monetária do país, atuando como o banco dos bancos e regulador do sistema financeiro nacional. Criado em 31 de dezembro de 1964, o Banco Central tem como principais objetivos garantir a estabilidade do poder de compra da mo... Ver wiki completa