Manuela D'Ávila deixa PCdoB após 25 anos de filiação

A ex-deputada federal Manuela D'Ávila anunciou sua saída do PCdoB após 25 anos de filiação, declarando-se uma "mulher sem partido". A declaração foi feita durante um debate sobre o futuro da esquerda no Brasil, onde ela expressou sua insatisfação com a falta de opções políticas. Manuela, que foi vice de Fernando Haddad na eleição presidencial de 2018 e chegou ao segundo turno na disputa pela prefeitura de Porto Alegre em 2020, criticou a crise das legendas de esquerda e a dificuldade de encontrar um caminho claro a seguir.

Durante o debate, Manuela destacou que sua decisão não foi uma escolha, mas sim uma consequência da falta de alternativas viáveis. "Hoje sou uma mulher sem partido, por isso posso criticar todos eles", afirmou. Ela também abordou a necessidade de um diálogo mais aberto dentro da esquerda, sem o medo de ser acusada de ajudar o adversário político, o bolsonarismo.

A ex-parlamentar, que começou sua trajetória política na UNE e se destacou como a vereadora mais jovem de Porto Alegre, enfrentou diversos desafios ao longo de sua carreira, incluindo ameaças de violência política. Em 2020, durante sua candidatura à prefeitura, ela precisou de proteção policial devido a ameaças direcionadas à sua família.

Manuela, que tem 43 anos, refletiu sobre a desunião da esquerda e os ataques que sofreu nos últimos anos, afirmando que ser uma mulher pública no Brasil implica viver sob constante ameaça. Sua saída do PCdoB marca um momento significativo na política brasileira, especialmente em um cenário onde a esquerda busca se reestruturar e encontrar novas formas de atuação.