Uso de cheques no Brasil representa apenas 0,5% das transações financeiras
Cheques representam 0,5% das transações financeiras.
Notícia publicada em 23/01/2025 19:20 - #economia
O uso de cheques no Brasil tem diminuído significativamente nos últimos anos. Atualmente, esse método de pagamento representa apenas 0,5% das transações financeiras realizadas no país. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o uso de cheques caiu 18% no último ano, acumulando uma queda impressionante de 96% desde 1995.
Em números, os brasileiros utilizaram 137,6 milhões de cheques em 2024, totalizando um volume financeiro de R$ 523,19 bilhões. Desde 1995, foram compensados cerca de 3,3 bilhões de cheques, segundo dados da Compe, que é o Serviço de Compensação de Cheques. Essa queda no uso dos cheques reflete uma mudança nos hábitos de pagamento da população, que tem adotado cada vez mais métodos digitais.
Apesar dessa queda acentuada, a Febraban afirma que não há previsão para o fim do uso de cheques no Brasil. O diretor-adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria, explica que existem diversos fatores que ainda fazem com que o cheque continue sendo utilizado. Entre esses fatores estão a resistência de alguns clientes em adotar meios digitais, o uso de cheques em comércios que não aceitam outros métodos de pagamento, e a utilização do cheque como caução em algumas compras. Além disso, em localidades onde a internet é instável, o cheque ainda pode ser uma opção viável.
Outro ponto importante é que o valor médio dos cheques tem sido maior, indicando que as pessoas estão utilizando esse meio de pagamento para transações de maior valor. Por outro lado, as transações menores e do dia a dia estão sendo realizadas principalmente através do Pix, que se tornou um método popular e prático.
Fim do cheque
Embora o uso de cheques esteja em declínio, a Febraban esclarece que não existe uma previsão legal ou regulatória para a eliminação desse método de pagamento. A resistência ao uso de meios digitais é um fator que ainda mantém o cheque em circulação, mas a federação observa que, com o avanço das tecnologias digitais e do Pix, o cheque tem se tornado um método de pagamento mais caro e complexo.
Atualmente, não há estudos que identifiquem o perfil dos usuários que ainda utilizam cheques. Mesmo com o aumento de fraudes e golpes digitais, não há expectativa de que o uso de cheques retorne ao que era antes. A Febraban destaca que os métodos de transações digitais são, em muitos casos, menos suscetíveis a fraudes do que os cheques. Isso se deve ao fato de que as transações digitais frequentemente exigem múltiplos fatores de autenticação, enquanto o cheque depende apenas da análise da assinatura.
Diante desse cenário, a Febraban não vê qualquer perspectiva de recuperação do uso de cheques, seja por questões relacionadas a fraudes, seja por questões de facilidade, custo ou benefícios. A tendência é que os métodos digitais continuem a ganhar espaço, enquanto o cheque se torna cada vez mais uma opção de pagamento em desuso.
Em resumo, o cheque, que já foi um dos principais meios de pagamento no Brasil, está se tornando uma raridade nas transações financeiras. A digitalização e a popularização de métodos como o Pix estão mudando a forma como as pessoas realizam pagamentos, e a tendência é que essa mudança continue nos próximos anos.