Polêmica em torno de "Emilia Pérez" e uso de IA na atuação

O filme "Emilia Pérez", dirigido por Jacques Audiard, está gerando polêmica por conta do uso de inteligência artificial na atuação da protagonista, Karla Sofía Gascón. O editor de som, Cyril Holtz, revelou que a IA foi utilizada para ajustar a voz da atriz em cenas musicais, devido a dificuldades que ela enfrentou durante o processo de transição de gênero. Holtz explicou que algumas notas eram desafiadoras e a tecnologia ajudou a alcançar o resultado desejado.

Essa revelação trouxe à tona um debate sobre as implicações éticas do uso de IA no cinema. Além disso, o filme já enfrentava críticas por questões de apropriação cultural e estereótipos, uma vez que foi rodado na França com atrizes americanas e espanholas, apesar de contar a história de personagens mexicanas. A diretora de elenco, Carla Hool, defendeu a escolha das atrizes, afirmando que elas eram as melhores para os papéis, o que gerou descontentamento entre os talentos mexicanos.

Audiard, o diretor, também foi criticado por admitir que não fez uma pesquisa aprofundada sobre a cultura mexicana, o que levou a reações negativas, incluindo comentários irônicos de atores mexicanos sobre a representação do país no filme. Apesar das controvérsias, "Emilia Pérez" tem sido bem recebida em premiações, tendo vencido o Globo de Ouro de melhor filme musical ou comédia e recebido várias indicações em outras premiações importantes.

A discussão sobre o uso de IA não se limita a "Emilia Pérez". O filme "O Brutalista", também de 2024, utilizou a tecnologia para otimizar o sotaque de seus atores, levantando questões semelhantes sobre a autenticidade das performances no cinema contemporâneo.