Aumento no aluguel comercial em 2024
Aluguel comercial tem alta recorde em 2024.
Notícia publicada em 21/01/2025 07:47 - #economia
Em 2024, o aluguel comercial no Brasil teve um aumento significativo, com uma variação de 7,88% em relação ao ano anterior. Este é o maior aumento registrado desde 2013, quando o Índice FipeZap começou a ser monitorado. O preço médio do aluguel por metro quadrado (m²) atingiu R$ 45,53, o que significa que alugar uma sala comercial de 200 m² pode custar cerca de R$ 9,1 mil por mês.
Os dados foram divulgados no dia 21 de janeiro e mostram que o Índice FipeZap superou a inflação oficial do país em mais de 3 pontos percentuais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma inflação de 4,83% em 2024. Além disso, o FipeZap também ficou acima do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que é conhecido como a "inflação do aluguel" e que encerrou o ano em 6,54%.
Em 2023, o aumento médio dos aluguéis foi de 5,87%. Nos últimos doze anos, houve períodos de deflação, ou seja, queda nos preços de locação, especialmente em 2015 e 2016, quando os aluguéis caíram 9,43% e 7,92%, respectivamente.
O Índice FipeZap é uma parceria entre a plataforma de anúncios de imóveis Zap e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que está ligada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Este índice acompanha os preços de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² em dez cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Salvador, Campinas e Niterói, com base em 61.683 anúncios disponíveis na internet.
O que está por trás do aumento?
A economista do DataZap, Paula Reis, explica que o aumento recorde no aluguel comercial é um reflexo do aquecimento da economia brasileira. O crescimento econômico superou as expectativas, impulsionado por um mercado de trabalho forte. Segundo Paula, "a condição macroeconômica influenciou positivamente o mercado imobiliário de locação comercial ao contribuir para expandir a demanda por bens e serviços e fomentar o comércio".
Na semana anterior à divulgação dos dados, a plataforma Zap já havia informado que os aluguéis residenciais também estavam em alta, com um aumento de 13,5% em 2024, alcançando R$ 48,12/m². O aumento no nível de emprego é um dos fatores que explicam essa expansão.
Paula Reis também destaca que, entre 2013 e outubro de 2023, o preço do metro quadrado comercial foi superior ao residencial. No entanto, essa tendência mudou nos últimos três anos, com uma valorização maior dos aluguéis residenciais.
Aumento por cidades
O Índice FipeZap também revela as variações de preços de locação em diferentes cidades. Niterói lidera o ranking com um aumento de 17,84%, seguida por Curitiba com 10,89%, e Rio de Janeiro com 9,05%. As cidades com os menores aumentos foram Porto Alegre (4,63%) e Belo Horizonte (3,66%).
Os pesquisadores explicam que o índice FipeZap considera apenas os preços de anúncios para novos aluguéis e não inclui a correção dos aluguéis já vigentes, que são reajustados conforme o contrato.
São Paulo, sendo a maior cidade do país, apresenta o metro quadrado comercial mais caro, com um custo de R$ 54,40/m². A seguir, estão Florianópolis (R$ 45,90/m²) e Rio de Janeiro (R$ 44,34/m²). A diferença de preços entre as cidades é influenciada por fatores como a renda dos moradores, a densidade populacional e a disponibilidade de terrenos e imóveis.
Vendas de imóveis comerciais
Além dos aluguéis, o Índice FipeZap também fornece informações sobre o valor de venda de salas e conjuntos comerciais. Em 2024, o preço médio de venda subiu 0,4%, alcançando R$ 8.421/m². Este foi o primeiro aumento desde 2014. Nos últimos doze anos, apenas 2013, 2014 e 2024 registraram aumento no custo médio de venda. Para imóveis residenciais, o preço médio de venda cresceu 7,73% em 2024.
As cidades que apresentaram aumento no preço de venda em 2024 incluem Curitiba (7,16%), Salvador (5,5%) e Niterói (2,4%). Por outro lado, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro tiveram quedas nos preços de venda.
O ranking das cidades com os maiores preços de venda de imóveis comerciais é liderado por São Paulo (R$ 10.142/m²), seguido por Rio de Janeiro (R$ 8.505/m²) e Florianópolis (R$ 8.362/m²).