MST realiza ato em apoio ao Assentamento Olga Benário após ataque
Ato do MST em resposta a ataque violento.
Notícia publicada em 18/01/2025 21:17 - #sociedade_comportamento
No último sábado, dia 18, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizou um ato em apoio ao Assentamento Olga Benário, localizado em Tremembé, interior de São Paulo. Essa mobilização foi uma resposta ao ataque violento que ocorreu no dia 10 de janeiro, quando um grupo de aproximadamente 20 homens, armados e em cinco veículos, invadiu o assentamento, resultando na morte de dois trabalhadores e deixando seis feridos.
O ato teve como objetivo não apenas prestar solidariedade às famílias afetadas, mas também defender a reforma agrária popular, a proteção da vida nas áreas rurais e a busca por justiça. Renata Menezes, uma das líderes do MST, destacou a importância da reforma agrária como uma questão central para a paz no campo. Ela afirmou: "Este é um ato por vida e por justiça, mas também um ato por reforma agrária, porque ela é o cerne e a principal questão que precisa ser resolvida em nosso país para que a paz no campo seja uma realidade".
O evento contou com a presença de figuras importantes, como o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Cesar Aldrighi, a superintendente do Incra em São Paulo, Sabrina Diniz, e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. A presença desses representantes do governo reforçou a importância do ato e a necessidade de ações concretas para garantir a segurança e os direitos dos trabalhadores rurais.
O Assentamento Olga Benário foi criado em 2006 e abriga cerca de 50 famílias que se dedicam à agricultura familiar. Os moradores cultivam uma variedade de produtos, como mandioca, frutas, café, cana-de-açúcar, hortaliças e também criam animais. A produção agroecológica é um dos destaques do assentamento, que utiliza Sistemas Agroflorestais (SAFs) para integrar diferentes culturas e promover práticas sustentáveis, como a coleta de sementes florestais e a adubação verde.
Apesar de ser o primeiro ataque desse tipo registrado no Assentamento Olga Benário, o MST denuncia que outros episódios de violência já ocorreram na região. Há registros de boletins de ocorrência relacionados a ameaças e atos de violência, como disparos contra um assentado que estava de moto e incêndios em casas no Assentamento Luís Carlos Prestes, em Taubaté. Essas situações evidenciam um clima de insegurança que afeta os trabalhadores rurais e suas famílias.
O ataque ao Assentamento Olga Benário gerou uma onda de indignação e preocupação entre os defensores dos direitos humanos e da reforma agrária. O MST, que luta pela justiça social e pela dignidade dos trabalhadores do campo, vê esses episódios de violência como uma tentativa de silenciar a luta por direitos e a busca por uma vida digna no campo.
A mobilização do MST também busca chamar a atenção da sociedade para a necessidade de políticas públicas que garantam a segurança e a proteção dos trabalhadores rurais. A reforma agrária é vista como uma solução para muitos dos problemas enfrentados no campo, incluindo a violência e a desigualdade social. O movimento acredita que, ao garantir acesso à terra e recursos para os trabalhadores, é possível promover a paz e a justiça nas áreas rurais.
O ato em apoio ao Assentamento Olga Benário foi um momento de união e resistência, onde os participantes reafirmaram seu compromisso com a luta pela reforma agrária e pela proteção da vida no campo. A mobilização também serviu para lembrar que a luta por direitos e justiça social é uma tarefa coletiva, que envolve não apenas os trabalhadores rurais, mas toda a sociedade.