Embalagem de autoteste de HIV se torna mais discreta
Mudança visa aumentar o uso do autoteste de HIV.
Notícia publicada em 17/01/2025 15:47 - #saude
Nos próximos meses, o Brasil passará a contar com uma nova embalagem para o autoteste de HIV, que será mais discreta e compacta. Essa mudança é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que busca ampliar o diagnóstico da infecção e garantir que as pessoas que testarem positivo possam iniciar o tratamento o mais rápido possível, ajudando assim a reduzir a transmissão do vírus.
O coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids, Artur Kalichman, destacou que a nova embalagem não é apenas uma questão estética. Ele acredita que a embalagem menor facilitará o transporte do autoteste, tornando-o mais acessível e discreto para os usuários. Isso é especialmente importante, pois muitos ainda sentem vergonha ou medo de realizar o teste, e uma embalagem mais discreta pode ajudar a quebrar essas barreiras.
O autoteste de HIV é disponibilizado gratuitamente em todo o Brasil. As pessoas podem consultar na internet onde encontrar as unidades de distribuição. O exame é simples e pode ser feito pela própria pessoa, em qualquer lugar e a qualquer momento, com a mesma facilidade de outros testes rápidos.
A nova embalagem do autoteste traz uma tarja vermelha que indica que a venda do produto é proibida. Além disso, inclui um número de suporte gratuito, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, para ajudar os usuários em caso de dúvidas ou dificuldades.
O autoteste utiliza uma amostra de fluido oral e fornece o resultado em apenas 20 minutos. Cada embalagem contém tudo o que é necessário para a realização do teste: um tubo com solução diluente, um swab (cotonete) para a coleta da amostra, um cartão de resultado, uma tira-teste que indicará o resultado, um guia do usuário e um cartão com instruções, além de um saco para descarte. É importante que a pessoa que for realizar o teste não beba, coma, fume ou faça higiene oral pelo menos 30 minutos antes do teste, para garantir a precisão do resultado. As instruções completas de uso estão disponíveis no guia do usuário e também em vídeos na internet.
O autoteste é especialmente recomendado para pessoas que podem ter sido expostas ao HIV, como aquelas que tiveram relações sexuais desprotegidas, sofreram violência sexual ou tiveram acidentes de trabalho com objetos cortantes. É importante ressaltar que, se o resultado do autoteste for positivo, isso não significa que a pessoa está definitivamente infectada. Exames complementares são necessários para confirmar a infecção e iniciar o tratamento, que pode ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS).
Até 2023, o Ministério da Saúde já distribuiu mais de 182 mil autotestes em todo o país. Desses, 37% foram direcionados para uso em PrEP (profilaxia pré-exposição) no sistema de saúde, enquanto 27% foram retirados para uso individual. Essa distribuição é um passo importante para garantir que mais pessoas tenham acesso ao teste e possam cuidar da sua saúde.
Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, enfatizou que simplificar o processo de testagem e torná-lo mais acessível e menos intimidador são formas eficazes de melhorar a resposta ao HIV no Brasil. Essa abordagem inclusiva é fundamental para que mais pessoas se sintam confortáveis em realizar o teste e, caso necessário, busquem o tratamento adequado.