Gabinete de Segurança de Israel Aprova Cessar-Fogo na Faixa de Gaza

O gabinete de segurança do governo de Israel tomou uma decisão importante nesta sexta-feira, dia 17, ao aprovar um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. No entanto, essa aprovação ainda precisa passar pela análise do conselho de ministros, que é composto por todos os integrantes do governo. A expectativa é que essa avaliação ocorra ainda hoje.

Em um comunicado oficial, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu explicou que, após uma análise cuidadosa de diversos aspectos, incluindo questões diplomáticas, de segurança e humanitárias, a proposta de cessar-fogo foi recomendada. O comunicado destacou que, embora o acordo proposto ajude a alcançar os objetivos da guerra, a decisão final cabe ao governo, que se reunirá mais tarde para discutir o assunto.

O gabinete de segurança é uma estrutura mais restrita, composta por alguns ministros que atuam na área de segurança. Apesar de a proposta de cessar-fogo ainda não ter sido totalmente aprovada, as autoridades israelenses já pediram que as famílias dos reféns se preparem para a possível liberação dos prisioneiros que estão sob a custódia do Hamas.

Entretanto, a proposta enfrenta resistência de alguns membros do gabinete de Netanyahu. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, que tem defendido a imigração de palestinos de Gaza, se manifestou contra o acordo e pediu que o conselho de ministros o rejeite. Em uma rede social, ele fez um apelo aos seus colegas do partido Likud e do Sionismo Religioso, afirmando que ainda há tempo para interromper o acordo.

Detalhes do Acordo

O acordo de cessar-fogo prevê uma fase inicial de seis semanas de trégua, durante a qual as forças israelenses devem se retirar gradualmente da Faixa de Gaza. Em troca, o Hamas se compromete a libertar 33 reféns que estão sob sua custódia, enquanto Israel deve liberar palestinos que estão presos.

Além disso, a última fase do acordo inclui discussões sobre a formação de um governo alternativo em Gaza e planos para a reconstrução da região, que foi severamente afetada pelo conflito.

Após o anúncio do cessar-fogo, que foi mediado por autoridades do Catar e dos Estados Unidos, Israel continuou a realizar bombardeios na Faixa de Gaza. As autoridades locais relataram que mais de 100 pessoas perderam a vida desde o anúncio da trégua, o que levanta preocupações sobre a eficácia do acordo.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que, em um período de 24 horas, realizaram ataques a cerca de 50 alvos na Faixa de Gaza, todos relacionados ao Hamas e à Jihad Islâmica. Essa escalada de violência ocorre em um contexto em que, desde o início do atual conflito na Palestina, em 7 de outubro de 2023, mais de 46 mil moradores de Gaza foram mortos, com aproximadamente 70% das vítimas sendo mulheres e crianças. Do lado israelense, o ataque do Hamas em 7 de outubro resultou na morte de pelo menos 1,2 mil pessoas, além de 220 que foram feitas reféns.

A situação na Faixa de Gaza continua a ser crítica, e a possibilidade de um cessar-fogo duradouro ainda está em discussão. O governo de Israel e o Hamas estão sob pressão para encontrar uma solução que possa trazer paz e segurança para a região, mas as divergências internas e a violência contínua complicam ainda mais o cenário.

A expectativa é que a reunião do conselho de ministros traga mais clareza sobre o futuro do acordo de cessar-fogo e as próximas etapas a serem seguidas por ambas as partes.