Após Violência, Transporte Coletivo Retorna em Porto Velho
Ônibus voltam a circular após ataques em Porto Velho.
Notícia publicada em 16/01/2025 14:18 - #sociedade_comportamento
O sistema de transporte coletivo de Porto Velho, capital de Rondônia, voltou a operar parcialmente nesta quinta-feira, dia 16. A prefeitura da cidade anunciou que a operação dos ônibus está sendo retomada de forma gradual, com a previsão de que os veículos sejam recolhidos no início da noite. Essa decisão foi tomada em meio a uma onda de violência que tem afetado a segurança na região.
A prefeitura explicou que a retomada do serviço de transporte público é uma medida cautelar, já que, apesar do governo estadual ter reforçado o policiamento nas ruas e a chegada de agentes da Força Nacional de Segurança Pública para ajudar na contenção da criminalidade, novos incidentes violentos ocorreram na noite anterior.
Na quarta-feira, dia 15, a Polícia Militar informou que dois homens foram mortos na BR-364, após atirarem contra os policiais que tentaram abordá-los. Além disso, houve um ataque a um bar na zona leste de Porto Velho, onde homens armados dispararam contra os clientes, resultando em feridos e uma morte confirmada. As autoridades estão investigando se esses crimes estão relacionados à recente onda de violência na cidade, que pode ter deixado até oito mortos em uma única noite.
Os ônibus haviam deixado de circular na segunda e terça-feira, a pedido do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Estado de Rondônia (Sitetuper). O presidente do sindicato afirmou que a categoria decidiu suspender as atividades devido à falta de segurança, especialmente após bandidos terem queimado cerca de 12 ônibus e veículos particulares em Porto Velho e em outras cidades do estado.
Os ataques e ameaças aos trabalhadores do transporte são vistos como uma reação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, que foi iniciada pela Polícia Militar no final de 2024. Essa operação tem como foco os dois maiores conjuntos habitacionais do estado, que foram invadidos por organizações criminosas. Até agora, a operação resultou na recuperação de aproximadamente 70 apartamentos que haviam sido ocupados por bandidos, além da apreensão de drogas e armas.
O comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Ewerson Pontes, destacou que as facções criminosas não lucram apenas com a venda de drogas, mas também com roubos e a exploração de imóveis invadidos.
A violência se intensificou após o assassinato do cabo Fábio Martins, do Batalhão de Polícia Ambiental, no último domingo, dia 12. Em resposta, a Polícia Militar mobilizou mais de 200 policiais para uma ação mais enérgica contra o crime. Durante essa operação, cerca de 20 pessoas foram presas e dois suspeitos de pertencer a facções criminosas foram mortos ao reagirem à abordagem policial.
A Polícia Militar também informou que os ataques a ônibus e veículos particulares têm como objetivo afastar as forças policiais das áreas residenciais, uma vez que as operações têm causado grandes prejuízos ao crime organizado, com apreensões significativas de drogas e armas, além da recuperação de imóveis invadidos.
Na terça-feira, dia 14, o Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio de um efetivo da Força Nacional de Segurança Pública para Rondônia. Esses agentes permanecerão no estado por pelo menos 90 dias, atuando em atividades essenciais para a manutenção da ordem pública e a segurança da população.
A presença da Força Nacional foi solicitada pelo governo estadual, que acredita que esse reforço será fundamental para intensificar as ações de combate à criminalidade que têm sido realizadas nas últimas semanas. Até agora, essas operações resultaram em mais de 350 abordagens, prisões e apreensões.
Além da Força Nacional, Rondônia também recebeu apoio de tropas de outros estados, como Acre, Amazonas e Mato Grosso, que enviaram efetivos e até um helicóptero para fortalecer as operações de segurança na região. A situação em Porto Velho continua a ser monitorada de perto pelas autoridades, que buscam garantir a segurança da população e a normalização dos serviços de transporte público.