Aumento de HIV entre idosos preocupa especialistas

Dados recentes do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde revelam que o número de idosos diagnosticados com HIV no Brasil quadruplicou entre 2011 e 2021. O geriatra Marco Túlio Cintra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, destaca que essa elevação é alarmante e pode ser ainda maior devido à subnotificação causada pela falta de testagens adequadas.

Cintra aponta que a ausência de campanhas de conscientização voltadas para os idosos é um dos fatores que contribuem para esse aumento. Ele ressalta que muitos profissionais de saúde não consideram o HIV como uma possibilidade ao diagnosticar doenças em pacientes mais velhos, levando a diagnósticos tardios. "Muitas vezes, os sintomas são confundidos com outras condições, como câncer, sem que se pense em HIV", explica.

O Dia Mundial de Combate à Aids, celebrado em 1º de dezembro, é um momento importante para reforçar a necessidade de prevenção e testagem. Durante o mês de dezembro, diversas ações de conscientização são realizadas em várias capitais do país. O geriatra enfatiza que é crucial que os médicos solicitem testes para HIV em pacientes idosos, pois o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

Além disso, Cintra menciona que muitos idosos não se sentem expostos ao risco de infecções sexualmente transmissíveis, o que pode levar a uma menor preocupação com o uso de preservativos. Ele alerta que o comportamento de risco pode ocorrer em qualquer faixa etária, incluindo os idosos que ainda são sexualmente ativos. Portanto, é essencial que a informação sobre prevenção chegue a esse público.

O aumento dos casos de HIV entre os idosos é um tema que merece atenção e ação imediata, visando garantir a saúde e o bem-estar dessa população.