Boneco de Rogério Ceni é pendurado em viaduto em Salvador
Bahia repudia ato de violência contra técnico.
Notícia publicada em 05/11/2024 17:47 - #esportes
Recentemente, um incidente preocupante ocorreu em Salvador, onde um boneco com a foto do técnico do Bahia, Rogério Ceni, foi pendurado em um viaduto. O ato, que incluiu ofensas e ameaças escritas em faixas, rapidamente se espalhou pelas redes sociais, gerando indignação entre os torcedores e a diretoria do clube. O Bahia, que atualmente ocupa a sétima posição no Campeonato Brasileiro e está sem vencer há três partidas, se prepara para enfrentar o São Paulo em um jogo importante, marcado para as 21h30 (horário de Brasília) nesta terça-feira, 5 de novembro.
O clube, conhecido como Esquadrão de Aço, emitiu uma nota de repúdio condenando as manifestações agressivas. Na nota, o Bahia descreveu os atos como "inaceitáveis" e afirmou que já entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para que os responsáveis sejam identificados e punidos. O clube enfatizou que essas ações não refletem a verdadeira essência da torcida e que, embora respeitem o direito de protestar, não aceitam manifestações que coloquem em risco a vida de seus representantes, sejam eles dirigentes, membros da comissão técnica ou jogadores.
As faixas que acompanhavam o boneco pendurado no viaduto, que liga o Vale Nazaré à Avenida Bonocô, continham frases ofensivas como "Ceni burro", "time covarde" e "acabou a paz". Em vídeos que circularam nas redes sociais, o boneco com a imagem de Ceni era visto sendo arrastado pela rua, preso por uma corda amarrada em sua cabeça. Essa cena chocante gerou uma onda de reações negativas, não apenas entre os torcedores do Bahia, mas também entre os amantes do futebol em geral.
Esse episódio de violência verbal e simbólica é comparável a um incidente anterior envolvendo o jogador Vinícius Júnior, que também sofreu ataques racistas na Espanha em janeiro de 2023. O Bahia, em sua nota, destacou a gravidade da situação e a necessidade de um ambiente seguro e respeitoso para todos os envolvidos no esporte.
Coincidentemente, o ato de vandalismo ocorreu horas antes do lançamento da campanha nacional Cadeiras Vazias, que visa combater a violência no futebol. Essa iniciativa, promovida pelo Ministério do Esporte em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), clubes e a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), será realizada durante o jogo entre Bahia e São Paulo. Durante a partida, 384 cadeiras do setor sudoeste da Arena Fonte Nova estarão vazias e cobertas com uniformes de diversos times brasileiros, simbolizando a luta contra a violência no futebol.
O Bahia ressaltou em sua nota que a campanha Cadeiras Vazias tem como objetivo alertar sobre as várias formas de violência que afastam o público dos estádios, incluindo agressões letais, racismo, homofobia, xenofobia, violência contra a mulher e intolerância religiosa. A presença de familiares de torcedores que perderam a vida em situações de violência também será um momento importante durante a campanha, destacando a necessidade de um ambiente mais seguro e acolhedor para todos os amantes do futebol.
A situação em Salvador é um lembrete de que o futebol, que deveria ser um espaço de alegria e união, ainda enfrenta desafios significativos relacionados à violência e à intolerância. O Bahia, ao se posicionar contra esses atos, espera não apenas proteger seus funcionários e torcedores, mas também contribuir para um ambiente mais saudável e respeitoso no esporte. A expectativa é que, com a colaboração de todos os envolvidos, seja possível transformar o futebol em um espaço de paz e respeito, onde todos possam desfrutar do jogo sem medo de represálias ou violência.