Futuro político de Boulos após derrota em São Paulo

Guilherme Boulos, do PSOL, sofreu sua segunda derrota consecutiva na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em 2020, sua primeira derrota foi considerada uma vitória, pois ele surpreendeu ao chegar ao segundo turno. No entanto, nesta eleição, Boulos contava com o apoio do PT e do presidente Lula, o que tornava a derrota ainda mais difícil de aceitar.

Com 91,83% das urnas apuradas, Boulos obteve 40,44% dos votos válidos, enquanto o atual prefeito Ricardo Nunes, do MDB, conquistou 59,55%. Apesar do revés, especialistas acreditam que Boulos ainda possui capital político para as próximas eleições em 2026, devido à sua visibilidade em São Paulo e à falta de novas lideranças na esquerda.

Para se fortalecer, Boulos precisará ajustar sua estratégia e discurso, buscando atrair eleitores fora de seu círculo tradicional. O cientista político Vinicius Alves destaca que, mesmo com a derrota, Boulos continua sendo uma figura relevante na esquerda, mas enfrentará desafios se decidir concorrer a cargos como o governo de São Paulo ou o Senado.

A campanha de Boulos, que recebeu um dos maiores financiamentos entre os candidatos, também enfrentou críticas. A comunicação com o eleitorado da periferia foi considerada ineficaz, o que prejudicou sua conexão com segmentos essenciais para a esquerda. Além disso, a participação de Marta Suplicy, sua vice, não atendeu às expectativas, limitando a visibilidade da chapa.

Para o futuro, a reeleição de Boulos como deputado federal é uma possibilidade, permitindo que ele continue a acumular capital político. A avaliação do desempenho da campanha será crucial para entender os próximos passos do psolista e sua relação com o PT, especialmente após a saída de Marta da gestão de Nunes e seu retorno ao partido. O cenário político em São Paulo continua a se desenhar, e Boulos terá que se reinventar para se manter relevante nas próximas eleições.