Justiça do Rio mantém prisão de torcedores uruguaios

Na última sexta-feira, dia 25, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão de 20 torcedores uruguaios, que foram detidos após se envolverem em uma série de conflitos na quarta-feira, dia 23, durante a semifinal da Copa Libertadores da América. A partida, que ocorreu entre o Botafogo e o Peñarol, terminou com uma vitória expressiva do time brasileiro por 5 a 0.

Os torcedores foram presos em flagrante no Recreio, uma área da zona oeste do Rio, onde ocorreram tumultos que resultaram em danos a propriedades e confrontos com a polícia. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) informou que apenas um dos detidos, Richard Andreas Soler Pereira, foi liberado, enquanto os demais tiveram suas prisões convertidas em preventivas.

De acordo com a nota do TJRJ, os juízes que conduziram as audiências de custódia destacaram que a maioria dos torcedores estava armada com paus e outros objetos. A lista dos detidos inclui nomes como Alvaro Marcelo Garin, Nikleson Cabrera, Michael Nicols, entre outros.

Os conflitos começaram quando os torcedores do Peñarol se envolveram em brigas na praia, resultando em saques, incêndios em ônibus e confrontos diretos com a Polícia Militar (PM). Mais de 200 torcedores foram levados para a Cidade da Polícia, localizada no bairro do Jacaré, na zona norte do Rio.

A PM relatou que, no momento em que a confusão começou, agentes do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE) estavam realizando patrulhas na área e foram alertados sobre o furto de um celular em um comércio local. O aparelho foi encontrado com um dos torcedores. O caso foi inicialmente encaminhado para a 16ª Delegacia, na Barra da Tijuca, que fica próxima ao Recreio.

Os 22 uruguaios detidos enfrentam diversas acusações, incluindo porte ilegal de arma de fogo, furto, lesão corporal, roubo, dano qualificado, incêndio, associação criminosa, resistência, desobediência, desacato, rixa, injúria racial, corrupção de menores e violação do artigo 201 do Estatuto do Torcedor, que trata de crimes contra a paz no esporte.

Além dos 22 detidos, outros 330 torcedores uruguaios também serão responsabilizados pelo artigo 201 do Estatuto do Torcedor. As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Civil, que está analisando imagens e depoimentos para identificar e responsabilizar todos os envolvidos.

Em uma entrevista realizada na Cidade da Polícia, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, reconheceu que houve falhas no planejamento para receber e monitorar os torcedores do Peñarol. Ele afirmou que a segurança pública é uma responsabilidade que deve ser constantemente revisada e aprimorada.

Santos mencionou que os problemas foram exacerbados por torcedores que chegaram em três ônibus que não foram previamente comunicados ao Consulado do Uruguai. Ele também destacou que, devido ao histórico de violência associado a essa torcida, a polícia deveria ter sido mais cautelosa e preparada para a situação.

Após os tumultos, o efetivo policial foi reforçado para o jogo que ocorreu à noite entre Botafogo e Peñarol, no Estádio Nilton Santos, conhecido como Engenhão, na zona norte do Rio.

Esses eventos levantam questões sobre a segurança em grandes eventos esportivos e a necessidade de um planejamento mais eficaz para evitar conflitos e garantir a segurança de todos os envolvidos. A situação também destaca a importância de uma comunicação clara entre as autoridades, clubes e torcedores para prevenir incidentes semelhantes no futuro.