Vale fecha acordo de 170 bilhões por tragédia em Mariana

A Vale, em parceria com a BHP e a Samarco, firmou um acordo definitivo com autoridades brasileiras para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem em Mariana, ocorrido em 2015. O valor total do acordo é de 170 bilhões de reais, que será utilizado para compensar as vítimas e restaurar a área afetada.

Durante uma teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre, o CEO da Vale, Gustavo Pimenta, destacou que este acordo representa uma nova fase para a empresa, permitindo que ela deixe para trás as incertezas relacionadas à tragédia. O vice-presidente da Vale, Alexandre D’Ambrosio, afirmou que o acordo também enfraquece os argumentos de advogados que tentavam processar a BHP na Justiça britânica, alegando que o Brasil não poderia resolver a questão de forma justa e rápida.

Pimenta enfatizou que a jurisdição correta para resolver o caso é o Brasil, e que o acordo demonstra a capacidade das instituições brasileiras em lidar com situações complexas. Ele também ressaltou o compromisso da Vale com as comunidades afetadas e com o meio ambiente.

O acordo prevê pagamentos ao longo de 20 anos, e a Vale se comprometeu a manter uma distribuição estável de dividendos, apesar das obrigações financeiras. O CFO da empresa, Murilo Muller, afirmou que a companhia sempre encontrou maneiras de equilibrar suas finanças e continuará a fazê-lo.

Por outro lado, o escritório de advocacia Pogust Goodhead, que representa cerca de 620 mil reclamantes no Reino Unido, criticou o acordo, afirmando que os valores não são suficientes para cobrir os danos sofridos pelas vítimas. Eles ressaltaram que a ação na Inglaterra ainda é relevante e que os tribunais britânicos permitiram que o julgamento prossiga, independentemente do que acontece no Brasil.

A Vale, por sua vez, se comprometeu a otimizar seu portfólio e a buscar novas oportunidades, mantendo o foco em suas operações atuais e na melhoria contínua de sua performance.