49 anos da morte de Vladimir Herzog e a luta pela democracia

Comemoração dos 49 anos de Vladimir Herzog.

49 anos da morte de Vladimir Herzog e a luta pela democracia

Notícia publicada em 25/10/2024 11:32 - #sociedade_comportamento


Hoje, dia 25 de outubro, marca um momento importante na história do Brasil: 49 anos desde a morte do jornalista Vladimir Herzog, também conhecido como Vlado. Seu assassinato é considerado um dos principais marcos na luta contra a ditadura cívico-militar que governou o país entre 1964 e 1985. A forma como ele foi morto e as circunstâncias que cercaram sua prisão revelam a brutalidade do regime militar e a repressão que muitos brasileiros enfrentaram na época.

Vladimir Herzog foi preso em 1975, sob a acusação de ter ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Durante sua detenção, ele foi torturado e, segundo a versão oficial, teria se enforcado com um cinto em sua cela. No entanto, essa versão foi desmentida ao longo dos anos, e em 1978, a Justiça brasileira reconheceu que a União era responsável pelo crime, condenando o Estado pela morte de Herzog. O atestado de óbito foi forjado como um suicídio, mas essa fraude foi desmascarada posteriormente, revelando a verdade sobre a violência do regime militar.

Vlado nasceu em 1937, na Croácia, que na época fazia parte da Iugoslávia. Ele se mudou para o Brasil em 1942, onde se naturalizou e começou sua carreira como jornalista em 1959. Trabalhou em diversos veículos de comunicação, incluindo a BBC, o jornal O Estado de São Paulo e a TV Cultura. Além de jornalista, Herzog também foi professor de telejornalismo em instituições renomadas, como a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

Em homenagem ao seu legado, foi criado o Instituto Vladimir Herzog, que tem como missão defender os valores da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão. O instituto também é responsável por conceder anualmente um dos mais importantes prêmios de jornalismo do Brasil, reconhecendo o trabalho de profissionais que atuam em defesa da verdade e da justiça.

Recentemente, um projeto de lei, conhecido como PL 6.103/2023, foi apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) com o objetivo de oficializar o dia 25 de outubro como o Dia Nacional da Democracia. Essa data foi escolhida em razão do aniversário da morte de Vladimir Herzog, simbolizando a luta pela democracia e a memória das vítimas da repressão durante a ditadura. O projeto ainda aguarda análise nas comissões do Senado.

Neste ano, a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) foi reconhecida com prêmios em duas categorias no evento que homenageia o legado de Herzog. O fotógrafo Paulo Pinto recebeu um prêmio por sua imagem, enquanto a equipe do programa Caminhos da Reportagem foi premiada pela reportagem especial intitulada "Inocentes na prisão". Essa reportagem foi realizada por uma equipe composta por Ana Passos, Gabriel Penchel, Adaroan Barros, Caio Araújo, Carlos Junior, Alex Sakata e Caroline Ramos.

A luta pela memória e pela verdade sobre os crimes cometidos durante a ditadura militar continua. O Dia Nacional da Democracia, se aprovado, será uma oportunidade para refletir sobre a importância da defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão no Brasil. A história de Vladimir Herzog é um lembrete poderoso de que a luta pela justiça e pela verdade deve ser constante, e que a memória das vítimas da repressão não deve ser esquecida. A sociedade brasileira ainda enfrenta desafios para garantir que os direitos humanos sejam respeitados e que a democracia seja fortalecida, e a lembrança de Vlado Herzog é um passo importante nessa jornada.


Wiki: Vladimir Herzog (jornalista)
Vladimir Herzog foi um jornalista e diretor de televisão brasileiro, nascido em 27 de junho de 1937, em São Paulo, e falecido em 25 de outubro de 1975. Herzog é amplamente lembrado por sua atuação na imprensa brasileira durante um período conturbado da história do país, marcado pela ditadura mili... Ver wiki completa