Milei revoga benefícios fiscais para clubes argentinos

Javier Milei, o presidente da Argentina, decidiu revogar um decreto que concedia benefícios fiscais aos clubes de futebol do país. Essa mudança, anunciada nesta terça-feira, intensifica a disputa entre o governo e a Associação de Futebol Argentino (AFA) sobre a entrada de capital externo no futebol local, especialmente com a proposta de Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), que são semelhantes às SAFs no Brasil.

O decreto que foi revogado, o DNU 510/2023, havia sido assinado pelo ex-presidente Alberto Fernández e oferecia alívio fiscal aos clubes. Desde 2019, os impostos sobre bilhetes, transferências de jogadores e direitos de transmissão já haviam aumentado de 6% para 7,25%. Com a nova decisão, os impostos devem subir ainda mais, afetando principalmente os clubes menores, que já enfrentam dificuldades financeiras em comparação com gigantes como Boca Juniors e River Plate.

A relação entre Milei e a AFA se deteriorou ainda mais após a reeleição de Claudio "Chiqui" Tapia como presidente da AFA. Tapia, que também tem ligações com o Barracas Central, um clube de menor expressão, pode ser diretamente impactado pela revogação dos benefícios fiscais. Milei, por sua vez, defende a entrada de capital privado no futebol, enquanto a AFA se opõe a essa mudança.

Além disso, a AFA já havia sido alvo de críticas por sua gestão e pela falta de transparência em suas finanças. O presidente argentino afirmou que a Argentina poderia ter uma liga de futebol de melhor qualidade se não fossem os "negócios duvidosos" realizados pela AFA. Essa situação gera incertezas sobre o futuro do futebol argentino e a possibilidade de investimentos externos, que poderiam ajudar a revitalizar o esporte no país.