Arrecadação Federal Atinge Recorde em Setembro

Arrecadação federal bate recorde em setembro.

Arrecadação Federal Atinge Recorde em Setembro

Notícia publicada em 22/10/2024 19:05 - #economia


O Brasil alcançou um recorde histórico na arrecadação federal em setembro, totalizando R$ 203,17 bilhões. Esse valor é o maior já registrado, considerando a correção pela inflação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu esse aumento à recomposição da base fiscal do país, que foi impulsionada pelo fim de algumas medidas de ajuda que beneficiavam as camadas mais ricas da população.

Durante uma viagem a Washington, Haddad fez essas declarações e também comentou sobre um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que sugeriu que o crescimento da economia brasileira se deve a estímulos fiscais. O ministro discordou dessa afirmação, ressaltando que o Brasil precisa pagar suas dívidas e que as despesas herdadas de administrações anteriores precisam ser financiadas.

Haddad explicou que, no final do ano passado, o Congresso aprovou várias medidas que ajudaram a aumentar a arrecadação. Entre essas medidas estão a taxação de offshores, a antecipação do Imposto de Renda para fundos exclusivos e o fim de subsídios que beneficiavam grandes empresas. Essas ações são vistas como essenciais para garantir que o governo consiga cumprir a meta de déficit primário zero e, ao mesmo tempo, controlar os gastos públicos.

O ministro também destacou que, enquanto as despesas estão sendo restringidas, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve continuar acima de 2,5%, que é o limite estabelecido pelo arcabouço fiscal.

Além disso, a Receita Federal informou que, no acumulado de janeiro a setembro, a arrecadação totalizou R$ 1,93 trilhão, representando um aumento de 9,68% em relação ao mesmo período do ano anterior, também corrigido pela inflação.

Na mesma semana, Haddad e outros ministros da equipe econômica participaram da reunião anual do FMI e do Banco Mundial. Durante esse evento, o FMI revisou suas projeções para a economia brasileira, aumentando a expectativa de crescimento para 3% em 2024, mas reduzindo a previsão para 2025 de 2,4% para 2,2%.

Haddad refutou a ideia de que o crescimento do PIB brasileiro seja resultado de estímulos fiscais, lembrando que o déficit primário do ano passado foi de R$ 230,54 bilhões, um valor três vezes maior do que o programado para este ano. Ele enfatizou que a economia está crescendo de forma sustentável e que o Brasil tem potencial para continuar nesse caminho.

O primeiro dia da viagem de Haddad a Washington também foi marcado por uma mudança de agenda. A pedido da Casa Branca, ele se reuniu com Lael Breinard, diretora do Conselho Econômico da Casa Branca, para discutir as relações entre Brasil e Estados Unidos, além de pautas do G20. Durante essa reunião, Brasil e Estados Unidos se opuseram à proposta brasileira de taxar os rendimentos dos super-ricos.

Por conta desse encontro, uma reunião que Haddad e o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, teriam com representantes da agência de classificação de risco Fitch foi cancelada. Em setembro, Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já haviam se encontrado com representantes de outras agências de classificação, como S&P Global e Moody’s. Após esses encontros, a Moody’s elevou a nota da dívida do governo brasileiro, o que é um sinal positivo para a economia do país.

Esses eventos e a nova arrecadação recorde demonstram um esforço do governo em recompor a base fiscal e garantir um crescimento econômico sustentável, mesmo diante de desafios e críticas sobre a política fiscal do país.


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O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que tem como principal objetivo promover a cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover o emprego e o crescimento econômico sustentável, e reduzir a pobreza em to... Ver wiki completa