Dilma Rousseff e Putin discutem expansão do Brics

Nesta terça-feira, dia 22, a ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, que atualmente preside o Banco do Brics, se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na cidade de Kazan. O encontro faz parte da 16ª cúpula do Brics, que acontece entre os dias 22 e 24 de agosto de 2024. Durante a reunião, Dilma defendeu a expansão do bloco e a necessidade de aumentar os financiamentos em moedas locais, ao invés de depender do dólar americano.

Dilma Rousseff destacou que os países do Sul Global, que incluem nações em desenvolvimento e emergentes, enfrentam grandes desafios financeiros. Ela mencionou que, apesar de já terem sido realizados investimentos significativos, ainda não são suficientes para atender às necessidades desses países. "Tivemos investimentos bastante elevados, mas ainda não o suficiente para as necessidades dos países do Brics. Por isso é muito importante disponibilizar financiamento em moeda local através de plataformas específicas", afirmou a ex-presidente. Ela ressaltou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que é a principal instituição financeira do Brics, tem o compromisso de financiar tanto projetos públicos quanto iniciativas privadas.

O Sul Global é um termo que se refere a países que, em sua maioria, estão localizados no Hemisfério Sul e que enfrentam desafios econômicos e sociais. A reunião entre Dilma e Putin foi uma oportunidade para discutir como o Brics pode ajudar esses países a superar suas dificuldades financeiras.

O presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu a presença de Dilma na cúpula e elogiou seu trabalho à frente do NBD. Ele também enfatizou a importância de aumentar o uso de moedas locais nas transações entre os países membros do Brics. "O aumento dos pagamentos em moedas locais permite reduzir as taxas de serviço da dívida, aumentar a independência financeira dos países-membros do Brics e minimizar os riscos geopolíticos", disse Putin. Ele destacou que, desde 2018, o Banco do Brics já financiou mais de 100 projetos, totalizando mais de US$ 33 bilhões.

Um dos principais objetivos do Brics é reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais entre os países membros. Durante a cúpula, Dilma Rousseff também deve apresentar um relatório sobre o desempenho do NBD, que será discutido na quinta-feira, dia 24, em uma sessão que reunirá representantes de cerca de 32 países da Ásia, África e América Latina. Dilma preside o banco até julho de 2025.

Além disso, Dilma Rousseff defendeu a expansão do Brics, que é um dos temas centrais da cúpula. Ela acredita que o bloco está passando por um processo de amadurecimento e que é fundamental incluir mais países do Sul Global. "Espero que possamos ter uma expansão maior dos países do Brics e que possamos definir os novos rumos que devemos trilhar nos próximos anos", completou.

A cúpula deste ano também deve estabelecer critérios para a entrada de novos países no Brics, que poderão se tornar membros associados. Atualmente, cerca de 30 países demonstraram interesse em se juntar ao bloco.

Em um outro momento da cúpula, Putin conversou por telefone com o atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que não pôde comparecer ao evento devido a um acidente doméstico ocorrido no último final de semana. Ambos lamentaram a ausência de Lula, mas ele prometeu participar da reunião por videoconferência.

O primeiro dia da cúpula também contou com reuniões de Putin com outros líderes, como o presidente da China, Xi Jinping, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Essas reuniões são parte de um esforço contínuo para fortalecer as relações entre os países do Brics e promover a cooperação econômica e política entre eles.