Filha luta pela liberdade da mãe presa injustamente

Em Fortaleza, uma mulher chamada Antônia Edilene foi presa em dezembro de 2021, sem saber o motivo. Ela estava com seus cinco filhos na véspera de Natal quando recebeu um mandado de prisão. O caso remonta a 2012, quando uma de suas filhas, que não quis se identificar, foi vítima de abuso sexual por um ex-namorado de Edilene. Na época, a filha não contou nada à mãe.

Após o abuso, Edilene prestou depoimento e foi liberada, enquanto o agressor foi denunciado. No entanto, em 2015, o caso foi reaberto e Edilene foi acusada de omissão, mesmo sem ter sido ouvida novamente. Em 23 de dezembro de 2021, ela foi presa em casa, deixando seus filhos desamparados.

A filha de Edilene não se conformou com a prisão da mãe e buscou ajuda da Defensoria Pública do Ceará. Juntas, elas procuraram o Projeto Inocência, uma organização que ajuda pessoas que foram injustamente condenadas. A primeira ação foi encontrar novas testemunhas do caso. Uma delas, o pai da menina, confirmou que havia contado a Edilene sobre o abuso.

Outra testemunha, Joselânio Rodrigues, que estava presente no bar onde Edilene confrontou o agressor, também foi localizada. Ele relatou que Edilene estava muito nervosa e quase agrediu o abusador. Esse depoimento foi crucial para o novo julgamento solicitado pelo Projeto Inocência.

Após 2 anos e 7 meses na prisão, Edilene foi libertada em agosto de 2024. Em setembro, o Tribunal de Justiça do Ceará anulou sua condenação por unanimidade, reconhecendo sua inocência. O agressor da filha foi preso em 2022 no Rio de Janeiro. Atualmente, Edilene trabalha como auxiliar administrativa na Defensoria Pública do Ceará, reconstruindo sua vida ao lado dos filhos.