Estudo revela que Aquífero Guarani não está sendo reabastecido

Um estudo realizado pela Unesp revelou que as chuvas atuais não são suficientes para reabastecer o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do mundo. A pesquisa destaca que, devido à seca prolongada, a quantidade de água que sai do aquífero é maior do que a que entra.

A situação é alarmante, especialmente em regiões como Barretos, onde o nível do aquífero caiu entre 100 e 120 metros desde a década de 1980. Em Ribeirão Preto, a redução foi semelhante, com uma queda de 120 metros em 70 anos. O professor Didier Gastmans, responsável pelo estudo, utilizou técnicas avançadas para monitorar o aquífero por oito anos e concluiu que a falta de chuvas e o uso excessivo da água são os principais fatores para essa diminuição.

"Nós não estamos recompondo porque não está chovendo nada", afirma Gastmans, ressaltando que a água que ainda existe no aquífero é muito antiga, com infiltrações que ocorreram há mais de 100 mil anos. O aumento da temperatura global também contribui para a evaporação mais rápida da água das chuvas, dificultando ainda mais a recuperação do aquífero.

O Aquífero Guarani é crucial para o abastecimento de mais de 90 milhões de pessoas no Brasil, sendo utilizado principalmente para consumo humano e irrigação agrícola. Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade de um sistema de monitoramento eficaz que permita o uso sustentável da água, evitando a exaustão dessa importante fonte. A Agência de Águas do Estado de São Paulo já declarou que a captação de água deve ser feita com cautela, priorizando fontes superficiais antes de recorrer a poços profundos.