Gustavo Petro declara estado de emergência na Colômbia

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta sexta-feira (24) a declaração de um estado de emergência no nordeste do país. Essa decisão foi tomada em resposta a um aumento significativo da violência na região, especialmente em Catatumbo, que faz fronteira com a Venezuela. A medida, que não era utilizada há mais de dez anos, concede ao presidente poderes extraordinários por um período inicial de 90 dias, podendo ser prorrogada até duas vezes.

O estado de emergência permitirá a Petro implementar ações para restaurar a ordem pública, como a restrição da liberdade de circulação e a imposição de toques de recolher. O governo justifica essa ação como uma resposta aos confrontos entre a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que não aceitaram o acordo de paz de 2016. Nos últimos dias, a violência na região resultou em pelo menos 80 mortes e 36 mil pessoas deslocadas.

O ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, afirmou que a medida busca atender as comunidades afetadas, especialmente os deslocados, e promover investimentos sociais em uma área com pouca presença do Estado. Além disso, o governo pretende fortalecer as capacidades militares, incluindo a interceptação de comunicações e o controle sobre a produção de coca.

Desde o anúncio da medida, a oposição criticou a decisão, alegando que poderia ser usada como uma justificativa para aprovar leis que não passaram pelo Congresso. Em resposta, Petro afirmou que o decreto será utilizado para financiar melhorias em Catatumbo e proteger a soberania nacional.