Governo proíbe pagamento por registro de íris em SP

O projeto World, que oferecia pagamento em criptomoedas para o registro da íris, foi barrado pelo governo a partir deste sábado (25). A iniciativa, que visava diferenciar humanos de robôs, atraiu cerca de 500 mil brasileiros, especialmente em áreas periféricas de São Paulo, onde muitos viam a oportunidade como uma forma de ganhar um dinheiro extra, cerca de R$ 600.

A Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) decidiu interromper os pagamentos, alegando que isso poderia influenciar a decisão das pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade financeira. A ANPD já havia expressado preocupações sobre a falta de clareza nas informações fornecidas aos participantes sobre o uso de seus dados.

O projeto, que começou em áreas nobres de São Paulo, como Itaim Bibi, rapidamente se espalhou para bairros de menor renda, como Brasilândia e Cidade Dutra. Apesar do crescimento, muitos participantes não compreendiam completamente os riscos envolvidos. Um dos entrevistados, Alex Rodrigo, de 38 anos, comentou que se inscreveu apenas pela promessa de dinheiro, sem entender totalmente o que estava fazendo.

A World, que é operada pela Tools for Humanity, afirmou que está em conformidade com as leis brasileiras e que a decisão da ANPD foi baseada em informações imprecisas. A empresa, que conta com fundadores como Sam Altman, da OpenAI, planejava expandir o projeto para outras regiões do Brasil.

A ANPD já havia solicitado explicações sobre o procedimento, e a situação chamou a atenção de autoridades de proteção de dados na Europa, que também levantaram questões sobre a segurança e o armazenamento dos dados coletados. Especialistas em direito digital criticaram a falta de clareza nos termos de uso do aplicativo, que pode ser considerado abusivo e confuso para os usuários.