Trump demite inspetores gerais em agências federais

Na noite de sexta-feira, o presidente Donald Trump demitiu mais de uma dúzia de inspetores gerais de agências federais, segundo confirmação de um dos demitidos. Ao todo, 17 inspetores foram dispensados sem aviso prévio, apesar da legislação federal exigir um aviso de 30 dias ao Congresso para a remoção desses oficiais. Os inspetores gerais atuam como vigilantes independentes dentro das agências, investigando e denunciando desperdícios, fraudes e abusos.

Entre os demitidos estão inspetores do Pentágono e dos departamentos de Estado, Veteranos e Interior, que supervisiona concessões de petróleo e gás marinho, além de assuntos indígenas. Embora a demissão fosse esperada, a rapidez e a forma como ocorreu surpreenderam muitos.

Os inspetores gerais do Departamento de Segurança Interna e do Departamento de Justiça não foram afetados por essa ação. A maioria dos demitidos havia sido nomeada durante o primeiro mandato de Trump, de 2017 a 2021. O presidente, que reassumiu a presidência na segunda-feira, está pressionando as agências a reestruturar a burocracia federal, eliminando programas de diversidade e rescindindo ofertas de emprego.

O presidente da Comissão Judiciária do Senado, Chuck Grassley, expressou que pode haver razões válidas para as demissões, mas pediu mais explicações a Trump, ressaltando que o aviso de 30 dias exigido por lei não foi dado ao Congresso. A senadora Elizabeth Warren, do Massachusetts, criticou a ação de Trump, chamando-a de "purga de vigilantes independentes no meio da noite" e alertou sobre o risco de corrupção.

Por outro lado, a ex-advogada de Trump, Sidney Powell, defendeu a decisão, afirmando que os inspetores gerais existentes eram "praticamente inúteis" e que o sistema precisava de uma reforma completa. Vale lembrar que, durante seu primeiro mandato, Trump já havia demitido cinco inspetores gerais em um curto período, incluindo um que teve papel nas investigações de impeachment contra ele.