Trump determina que mulheres trans cumpram pena em prisões masculinas
Decisão gera polêmica e preocupa ativistas.
Notícia publicada em 25/01/2025 01:49 - #sociedade_comportamento
O governo de Donald Trump decidiu que mulheres trans que estão presas devem cumprir pena em prisões masculinas. Essa medida afeta cerca de 1.500 detentos que se identificam como mulheres, mas que estão em instituições destinadas a homens. A mudança foi anunciada pela Casa Branca e se aplica aos presídios federais dos Estados Unidos.
Historicamente, desde 2017, o Departamento de Justiça dos EUA orientava que os presos trans fossem alocados de acordo com o gênero com o qual se identificam, com base em laudos médicos e avaliações psicológicas. No entanto, a nova decisão reverte essa política, gerando preocupações sobre a segurança das mulheres trans nas prisões. Segundo a jornalista Beth Schwartzapfel, as prisões são locais extremamente perigosos para essas mulheres, que enfrentam um risco dez vezes maior de sofrer crimes sexuais em comparação a outros detentos.
Além disso, o decreto de Trump também proíbe o financiamento de tratamentos de transição de gênero para detentos. Nos últimos anos, algumas detentas conseguiram que o governo custeasse cirurgias e tratamentos hormonais, mas essa possibilidade agora está ameaçada. Em 2022, o governo gastou cerca de US$ 153 mil com esses procedimentos, o que representa uma fração mínima do orçamento do Departamento de Saúde.
A decisão de Trump faz parte de um decreto mais amplo que redefine como o governo federal entende sexo e gênero, afirmando que sexo é uma classificação biológica imutável. Essa mudança tem gerado críticas de especialistas e defensores dos direitos civis, que argumentam que a identidade de gênero é uma questão social e não apenas biológica. O médico Thiago Caetano explica que desrespeitar a identidade de gênero de uma pessoa é desrespeitar sua expressão social e individual.