Restos mortais de Moïse Kabagambe serão preservados
Exumação do refugiado congolês é garantida.
Notícia publicada em 24/01/2025 23:02 - #sociedade_comportamento
Na última sexta-feira, dia 24, foi marcada uma data importante para a memória de Moïse Kabagambe, um refugiado congolês que foi brutalmente assassinado há três anos no Rio de Janeiro. Para honrar sua memória, uma ação conjunta entre diversas instituições garantiu a exumação gratuita e a preservação dos restos mortais de Moïse. Essa medida é um passo significativo para a família, que poderá realizar seus rituais culturais e religiosos sem a preocupação de que o corpo de Moïse fosse destinado ao ossário público, o que representaria uma violação de seus direitos.
Moïse Kabagambe, que tinha apenas 24 anos quando foi morto, foi vítima de um crime violento em um quiosque na orla da praia da Barra da Tijuca. Sua morte chocou a sociedade e levantou questões sobre a proteção dos direitos dos refugiados e a luta contra o racismo estrutural no Brasil. A exumação foi articulada pela deputada Dani Monteiro, que preside a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A deputada trabalhou em conjunto com o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e o Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção aos Refugiados e Migrantes. Essa colaboração foi fundamental para que a exumação fosse realizada sem custos, com o apoio da Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva) e da concessionária de serviços funerários Rio Pax.
A preservação dos restos mortais de Moïse é um gesto que vai além da simples exumação. Ela representa um reconhecimento da importância de respeitar as tradições e os rituais de uma família que, como muitas outras, enfrenta desafios em um contexto de violência e discriminação. A ação também reflete um compromisso do poder público em combater as violações de direitos humanos e promover a inclusão social.
Além disso, em 2024, Moïse foi homenageado post mortem com a Medalha Tiradentes, a maior honraria do estado do Rio de Janeiro, concedida pela Alerj. Essa medalha é um reconhecimento do impacto que sua morte teve na sociedade e na luta pelos direitos dos refugiados e imigrantes no Brasil.
A exumação e a preservação dos restos mortais de Moïse Kabagambe são um passo importante para a sua família e para a sociedade como um todo. Essa ação não apenas permite que a família cumpra seus rituais, mas também serve como um lembrete da necessidade de continuar lutando contra a violência e a discriminação, especialmente em relação a grupos vulneráveis como os refugiados. A história de Moïse é um chamado à ação para todos nós, para que possamos trabalhar juntos em prol de um mundo mais justo e igualitário.